Em 2021, pouco muda. Mas 2022 vai começar com “imunidade de rebanho” no Brasil. Até lá, cuide-se!

Veja a situação da vacinação, hoje, no Brasil, nos países vizinhos e no mundo. Ainda falta muito pra dar tranquilidade a todos nós.

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O Chile, país da América Latina que mais imunizou contra a covid-19, já tem 9,3% de toda a sua população devidamente protegida com duas doses de vacina. Está em 5º lugar no mundo.

A razoavelmente boa notícia é que o Brasil vai imunizar 20 milhões de pessoas até o final de março. Isto é, daqui a 17 dias, o índice de pessoas imunizadas será de 9,4%, praticamente igual ao registrado no Chile, no sábado, 12.

Esta informação foi dada pelo governador do Piauí, Wellington Dias (PT), depois de reunião dos governadores do Nordeste com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e representantes da Advocacia Geral da União (AGU).

Na reunião, o governador informou que os 37 milhões de doses da vacina Sputnik V, compradas pelo consórcio de governadores da Região Nordeste, integrarão o Plano Nacional de Imunização (PNI), do Sistema Único de Saúde (SUS), noticiou a Agência Brasil.

As vacinas russas adquiridas pelos governadores do Nordeste serão distribuídas em todo o Brasil. Foto: Vladimir Gerdo Tass/Reuters/Ag Brasil

O governador, por sua vez, foi informado sobre a Na reunião, Dias também foi informado sobre a entrega do primeiro lote de vacinas do Covax Facility, consórcio da Organização Mundial de Saúde. A iniciativa é voltada para ajudar os países em desenvolvimento a ter acesso equitativo à vacinas contra a covid-19.

De acordo com Wellington Dias, a vacina da AstraZeneca deverá chegar em duas remessas, sendo a primeiro no dia 23 e a segunda no dia 26 de março. A vacina do laboratório indiano Bharat Biotech também deverá chegar até o dia 26 de março.

“Com isso, nós teremos condições de alcançar em torno de 20 milhões de brasileiros vacinados no mês de março. E todo esforço vai nessa direção, para chegar no mês de abril com 50 milhões de pessoas, de todo o grupo de risco, vacinadas para a gente ter condições de superar essa pressão de internações na rede hospitalar e ainda reduzir os óbitos”, disse.

FINAL DO ANO

Quanto mais vacinados, menos a pressão sobre o sistema de saúde. Foto Rovena Rosa/Ag Brasil

A Agência Brasil noticia também que o governo federal negocia a compra de 168 milhões de novas doses de vacina contra a covid-19, incluindo as em negociação com a Pfizer, Janssen e Moderna.

No caso da vacina da Pfizer, foi publicada uma dispensa de licitação para a obtenção de 100 milhões de doses. Com a Janssen o mesmo recurso foi adotado, mas para um lote de 38 milhões de doses.

O Ministério da Saúde espera adquirir 30 milhões de doses com a Moderna, mas ainda espera proposta da farmacêutica.

O governo também negocia mais 30 milhões de doses da vacina Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica Sinovac, e de 110 milhões da vacina Oxford/AstraZeneca, produzida em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz.

Até o momento, o governo federal contratou 284,9 milhões de doses. Neste total entram os 112,4 milhões da Oxford/AstraZeneca, 100 milhões da Coronavac, 10 milhões da Sputnik V do Instituto Gamaleya em parceria com a União Química, 20 milhões da Covaxin e 42,5 milhões do consórcio Covax Facility

Este balanço foi apresentado na quinta-feira, 12, em entrevista coletiva virtual de secretários do Ministério da Saúde em Brasília. Até o momento foram distribuídas 20,1 milhões de doses, sendo 16,1 milhões da Coronavac e 4 milhões da Oxford/AstraZeneca, das quais foram aplicadas 10,7 milhões.

O secretário executivo da pasta, Élcio Franco, disse que a expectativa do ministério é vacinar 170 milhões de pessoas ainda neste ano. Nesta soma não entram públicos que não participaram de estudos clínicos, como crianças.

Quando vacinar 170 milhões de pessoas, o que equivale a 80% da população, o Brasil finalmente terá conseguido a chamada imunidade de rebanho, quando o vírus estará dominado.

O PANORAMA HOJE

Os números de sábado e a posição do Paraná no rankiing brasileiro: 3º em casos, 5º em mortes.

Até lá, infelizmente, os brasileiros ainda vão passar um calvário. Quanto mais doses aplicadas, mais diminui a pressão sobre os hospitais saturados, mas o problema é que no momento vive-se uma situação insustentável. Quem mora em Foz sabe disso.

Ou em outras cidades do Paraná, inclusive Curitiba, que entrou em lockdown para tentar conter a pandemia. O Paraná permanece em 3º lugar no ranking brasileiro, em número de casos; e em 5º, no de mortes. Com os números fechados no sábado, são 752.801 diagnósticos positivos e 13.385 óbitos.

O Brasil teve mais 1.997 mortes, nas 24 horas até sábado, e outros 75.178 novos casos. Os totais subiram para 11.439.558 casos e 277.102 mortes. Registre-se que, pela primeira vez, na última semana o Brasil manteve uma média móvel diária de óbitos superior à dos Estados Unidos. Lá, vem diminuindo; aqui, crescendo.

BALANÇO DA VACINAÇÃO

O ranking dos países em número de doses aplicadas.

Com números de sábado, 12, o site Our World in Data mostra como está o progresso da vacinação mundo afora. Primeiro, um panorama geral: em números absolutos, o país em que mais pessoas receberam a primeira dose da vacina são os Estados Unidos (68,88 milhões); em 2º lugar, o Reino Unido (23,68 milhões); e em 3º, o Brasil (8,51 milhões).

Quanto aos vizinhos, a Argentina imunizou com a primeira dose 1,88 milhão de pessoas; o Uruguai, 207.215; e o Paraguai apenas 7.579. Veja que o Uruguai começou a vacinar depois que o Paraguai e, com população equivalente à metade da paraguaia, já atendeu mais habitantes.

NÚMEROS PROPORCIONAIS

Ranking dos países, com percentual dos habitantes que receberam pelo menos uma dose da vacina.

O que conta mais, na verdade, é a imunização proporcional à população. Aí o quadro muda. Israel aparece em 1º no ranking, com 106,95% da população imunizada (é contada como apenas uma dose, mas neste caso houve gente que recebeu mais de uma); Emirados Árabes Unidos estão em 2º, com 65,89%; o Reino Unido, em 3º, com 34,43; em 4º, o Chile, com 31,61%.

No lado debaixo da tabela, o Uruguai aparece antes do Brasil, com 5,97%; o Brasil está com 5,35% de pessoas imunizadas com pelo menos uma dose da vacina; a Argentina está com 5,08%; e o Paraguai (pobre Paraguai!) com apenas 0,11%.

DUAS DOSES

Já a imunização total da população, com as duas doses previstas, também tem mudanças na tabela, em relação às anteriores. Mas nada muda para Israel, em 1º com 47,7% da população imunizada totalmente; depois, vêm os Emirados Árabes Unidos (22,1%, mas com dados de 23 de fevereiro, observa o Our World in Data); os Estados Unidos, com 11%; a Sérvia, com 10,9%; e o Chile, com 9,3% de seus habitantes imunizados com as duas doses.

Na parte debaixo da tabela, 1,3% dos brasileiros está totalmente imunizado; e 0,9% dos argentinos. Os índices do Uruguai e do Paraguai são tão baixos que não constam neste levantamento.

Um dado curioso é que países produtores de vacinas, como a China e a Índia, não têm números ainda de pessoas totalmente imunizadas. E a Rússia, também produtora, aparece com apenas 1,4%, praticamente igual ao índice brasileiro.

Duas doses, imunização total. Só Israel está perto da “imunidade de rebanho”;

A China e a Índia, os países mais populosos do mundo, administraram mais ou menos a metade das doses de vacina que os Estados Unidos aplicaram, com população quase três vezes menor que a dos dois países. E a Rússia, também em números absolutos, aplicou menos doses que o Brasil.

Em outra relação, a do percentual de população vacinada com as duas doses, os ricos países europeus também não fazem bonito, com resultado inferior à metade do obtido pelo Chile (9,3%).

A Dinamarca, por exemplo, tem 4,2% dos habitantes imunizados; a Espanha, 3,4%/ a Itália e a França, 3,3% cada um; e o Reino Unido, com indicador bom para aplicação de uma dose, imunizou totalmente só 2,3% da população.

Com as raras exceções de Israel e – vá lá – Emirados Árabes Unidos, o mundo está muito longe, ainda, de conseguir imunidade de rebanho para todos os seus habitantes.

Não há escapatória, principalmente para nós, que moramos no Brasil, na Argentina, no Paraguai, no Uruguai e em tantos outros países onde as vacinas ainda vão demorar pra chegar a todos.

Solução? Cuide de você mesmo e cuide dos outros. Empatia, solidariedade e compaixão são palavras que precisam virar  práticas.

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