Novembro: 1º dia, 1ª morte por covid. Mas não é a tendência da nova fase da pandemia

Números mostram que pandemia “volta” ao que era no início: atinge basicamente as pessoas acima de 60 anos.

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Números mostram que pandemia “volta” ao que era no início: atinge basicamente as pessoas acima de 60 anos.

Neste 2 de novembro, é importante homenagear todos os mortos, como sempre fazemos. E em particular aqueles que se foram por causa de um vírus até então desconhecido e sobre o qual ainda não se tem informações suficientes pra saber se voltará a atacar e de que forma.

A pandemia arrefeceu, tem hoje índices que já não assustam. Mas exigem uma certa atenção, nossa e das autoridades, porque ainda não se foi. Ela continua a provocar internamentos, inclusive nas UTIs, e a matar. Novembro começou com uma morte, em Foz do Iguaçu.

Se isso não deve paralisar tudo, como se fazia inicialmente, deve ao menor exigir uma reflexão. Esta matéria traz números que lembram o que foi a tragédia, em Foz, e como está hoje a situação, de maneira geral.

VACINA, O “MILAGRE”

Outubro terminou como o mês com o menor número de casos e óbitos por covid-19 desde julho de 2020, em Foz do Iguaçu. Nem negacionistas deveriam duvidar da eficácia da vacinação. No entanto, duvidam.

Mas a realidade mostra a redução progressiva das mortes, consequência mais drástica da pandemia. E alguns detalhes que chamam a atenção, como mostra o levantamento feito pelo contador iguaçuense Edvino Borkenhagen, que se dedica a estudar os números da covid-19 diariamente.

Comecemos com a análise da Secretaria Municipal da Saúde. Em outubro, Foz contabilizou 26,55 novos casos por dia, totalizando no mês 823 casos, queda de 27% em relação aos 1.127 registrados em setembro. Desde o início da pandemia até 31 de outubro, 45.110 moradores foram infectados pela doença.

A covid-19 matou, desde o início, 1.153 iguaçuenses. O pior mês foi março deste ano, com 237 óbitos. Só a partir de junho, com 133 mortes, é que o declínio foi se acentuando, até chegar às 18 computadas em outubro, média de 0,58 por dia (em junho, foram 7,9 óbitos diários, em média).

Novembro, infelizmente, começou com uma morte: um homem de 59 anos foi a primeira vítima fatal da covid-19 no mês.

TESTES E RESULTADOS POSITIVOS

Mas vamos aos quadros preparados pelo contador Edvino Borkenhagen, que enviou com exclusividade ao H2FOZ.

O primeiro levantamento que ele traz é sobre a testagem feita em Foz e os resultados. Ele destaca que “vemos altos e baixos, na média de testes diários. E, também, que despenca o percentual de confirmações da presença do vírus, a partir de março, quando ocorreu o pico”.

Pra comparar, em março foram feitos, em média, 259,1 testes de covid-19 por dia (8.033 no mês). A presença do vírus foi confirmada em 176,94 dos exames, ou 68% do total.

Em outubro, houve 6.531 exames (210,7 por dia), que confirmaram a covid-19 em 823 pacientes (26,55 por dia), ou 12,6% do total.

Este resultado de confirmações em outubro representa menos de um terço da média mensal dos 10 meses de 2021, quando foram feitos 67.110 testes, com resultado positivo em 26.815 por dia. A média mensal foi de 39,44% de positivos.

ISOLAMENTOS

O contador fez também um quadro com o registro de isolamentos mensal, isto é, de pessoas que estavam com covid-19. A média de fevereiro, de 597,6 por dia, foi a maior do ano. Em outubro, a média diária foi de 105,9.

Edvino não fez um quadro também para os internamentos, mas é fácil lembrar que as unidades de terapia intensiva já tiveram ocupação superior a 100%, ao longo deste ano.

No dia 31 de outubro, dos 70 leitos de UTI destinados a pacientes com covid-19 no Hospital Municipal Padre Germano Lauck, 24 estavam em uso; no Hospital Ministro Costa Cavalcanti, dos 20 leitos, só cinco estavam ocupados.

MORTES NO ANO

O quadro a seguir mostra o registro mensal de mortes por covid-19, de janeiro a outubro deste ano. Do pico de 237 óbitos em março, chegamos a outubro com 18.

POR IDADE

Edvino Borkenhagen chama a atenção para a idade dos óbitos. A faixa etária média dos mortos foi crescendo nos últimos meses. Em outubro, chegou a 71,4 anos entre os homens e a 66,5 anos entre as mulheres.

No quadro, vê-se que a média da faixa etária dos óbitos já havia chegado a 57,1 anos entre as mulheres, em setembro, e a 51,14 entre os homens, em julho.

Agora, exatamente as faixas mais anunciadas como preferenciais para a vacinação “continuam com o maior número de baixas, infelizmente”, diz o contador.

TOTAL DE MORTES E IDADES

Neste último quadro, se tem as mortes mês a mês, de janeiro a outubro, com o número de óbitos em cada respectiva idade. Junho foi o mês em que houve maior número de óbitos de homens e mulheres com menos de 60 anos.

Vê-se que já não há registro, desde junho, de mortes de pessoas com idade abaixo de 60 anos. E também abaixo de 50 anos. Com a vacinação e os cuidados básicos, caiu o número de óbitos em geral, progressivamente, e agora se concentram nos mais idosos.

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