Um balanço dos casos e das mortes por covid-19 no Paraná e nos países vizinhos

Argentina prorrogou quarentena; Paraguai tem novo recorde de casos e mortes; e o Paraná ultrapassa 100 mil casos.

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H2FOZ – Cláudio Dalla Benetta

É importante acompanhar o que se passa no Paraná e nos países vizinhos, porque isso vai se refletir nas relações de fronteira. Isto é, quanto mais casos tivermos aqui, no Paraguai ou na Argentina, mais difícil será para a vida na fronteira voltar à normalidade.

Quando se fala em reabertura das fronteiras, imediatamente os governos da Argentina e do Paraguai citam que o Brasil é o segundo no mundo em casos e mortes.

O índice de infecção pela covid-19, no Paraná, é bem mais baixo que no Brasil e a letalidade da doença é bem inferior (2,6% ante 3,3%), mas ainda assim é superior ao dos países vizinhos.

Pelo último informe, o Paraná diminuiu o índice de recuperação, que agora é de 61,9% do total de casos, enquanto no Brasil como um todo o índice aumentou para 72,7%.

Note-se, ainda, que com um quarto da população Argentina, o Paraná tem mais de um terço do total de casos do país vizinho e quase a metade do total de mortes.

Detalhe importante: a regional de Saúde de Foz do Iguaçu é a segunda no número de casos confirmados em relação à população. A taxa é de 1.341 casos a cada 100 mil habitantes, inferior apenas à da regional de Paranaguá (1.434 a cada 100 mil).

Com isso, as duas regionais estão em estado de emergência no Paraná, por ter um índice superior em mais de 50% à média paranaense (878).

Já em relação às mortes na comparação com a população, a situação da regional de Saúde de Foz é melhor: está em 12º lugar no Estado, com 15,3 mortes por 100 mil habitantes, enquanto o índice do Paraná é de 22,5 por 100 mil.

Paraná passa de 100 mil casos

A Secretaria de Estado da Saúde informou que o Paraná tem 100.716 casos confirmados de covid-19 e 2.583 mortes em consequência da infecção até sexta-feira (14). O aumento de um dia para o outro foi de 2.250 diagnósticos positivos e 36 óbitos.

Havia ainda 1.105 pacientes com diagnóstico confirmado internados, dos quais 859 ocupam leitos SUS (413 em UTI e 446 em enfermaria) e 246 estão em leitos da rede particular (103 em UTI e 143 em enfermaria).

Há outros 1.148 pacientes internados, sendo 505 em leitos UTI e 643 em enfermaria, que aguardam resultados de exames. Eles estão em leitos das redes pública e particular e são considerados casos suspeitos de infecção pelo vírus Sars-CoV-2.

Os 36 pacientes com morte registrada neste informe estavam internados. São 18 mulheres e 18 homens com idades que variam de 40 a 99 anos. Quatro óbitos ocorreram em julho e os demais no mês de agosto.

Argentina estende quarentena até dia 30. Misiones está fora

A província argentina de Misiones, onde fica a vizinha Puerto Iguazú, registra até agora apenas 53 casos confirmados de covid-19, dos quais 47 estão recuperados e uma pessoa está internada. Houve três óbitos pela doença.

Os números de Misiones, segundo a Secretaria de Saúde da província.

Com esses números, a vida seguirá normalmente em Misiones – claro que sem contatos com outras províncias e muito menos com o exterior. Mas, para outras províncias, o presidente Alberto Fernández estendeu o isolamento social obrigatório e preventivo até 30 de agosto.

A província de Jujuy foi citada pelo presidente como mau exemplo. A província não teve um caso de covid-19 durante 100 dias. “Um dia, dois jujeños foram comprar folhas de coca na Bolívia e trouxeram o vírus”, contou o presidente.  Jujuy está hoje com 93% de ocupação de leitos hospitalares e pediu ajuda ao Ministério da Saúde.

Além de Jujuy, a regra de isolamento vale para Buenos Aires (que tem as taxas de incidência e mortalidade mais altas do país) e os municípios de Río Gallegos (província de Santa Cruz),  Río Grande (Tierra del Fuego), Tartagal (Salta), capital e Chamical (La Rioja) e a capital e o município de La Banda, na província de Santiago.

O presidente responsabilizou os eventos sociais pelo aumento dos contágios dos últimos dias. Segundo Fernández, Buenos Aires é o epicentro da andemia, mas o número de novos casos estabilizou, o que pode indicar que o pior já passou.

A Argentina fechou a sexta-feira, 14, com o total de 282.437 casos e 5.527 mortes. Do total de casos, 205.697 se recuperaram, o que dá um índice de 72,8% de recuperação, semelhante ao brasileiro.

No ranking do painel on line da universidade americana Johns Hopkins, a Argentina subiu para o 15º lugar (estava em 20º na semana passada).

Embora tenha subido também no ranking de mortes, a posição ainda é confortável, na comparação com outros países – está em 25º lugar.

No Paraguai, novo recorde de casos e mortes

A sexta-feira, 14, foi mais um dia triste para o Paraguai na luta contra o novo coronavírus. Houve um recorde de novos casos (633) e de mortes (11), em 24 horas. O país tinha até ontem 123 pessoas internadas, 36 em UTIs.

Agora, o Paraguai registra o total de 9.077 casos confirmados e 108 mortes pela doença. O número de recuperados é de 5.567 pessoas, o que dá um índice de recuperação de 61,3%, semelhante ao do Paraná.

Para Alto Paraná, departamento do qual Ciudad del Este é a capital, a má notícia é que liderou o número de casos do último informe: 273, mais do que Assunção (122) e o departamento Central (121).

As três áreas lideram no Paraguai os números de casos e de mortes, mas Alto Paraná é o primeiro na incidência, com 43,2% de todos os casos registrados no país.

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