Industriais do Paraguai queixam-se de contrabando brasileiro na fronteira

Segundo empresários, produtos comprados no Brasil e na Argentina dominam o comércio informal em várias partes do país.

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Segundo empresários, produtos comprados no Brasil e na Argentina dominam o comércio informal em várias partes do país.

Dirigentes da União Industrial Paraguaia (UIP) denunciaram publicamente, nessa sexta-feira (1º), o que chamam de “passagem liberada” para a entrada ilegal de mercadorias brasileiras e argentinas no Paraguai. Um dos produtos mais contrabandeados é o frango, transportado em carros de passeio, vans e veículos de médio porte.

Em declarações reproduzidas pelo jornal Última Hora, Édgar Cuevas, representante da Unidade Anticontrabando da UIP, disse que o frango argentino pode ser facilmente encontrado em Assunção e na Região Sul do país, enquanto o de origem brasileira predomina em Ciudad del Este e vastas áreas do interior do Paraguai.

“Os produtos estão entrando massivamente. Quando as balsas estão ativas no porto Tres Fronteras [em Presidente Franco], os volumes grandes entram em carros, em furgões, no motor e nas laterais, e não existe nenhuma fiscalização. A administração aduaneira, operacionalmente, não funciona”, denunciou Cuevas.

Além do porto localizado no Rio Paraná, em frente à foz do Rio Iguaçu, o representante da UIP cita, como pontos para a entrada irregular de frango e outros gêneros alimentícios, a Ponte Internacional da Amizade e o cais ribeirinho da localidade de Domingo Martínez de Irala, na divisa com a província argentina de Misiones.

“O controle por água é mínimo ou nenhum, então temos uma inundação desses produtos, porque os preços estão baixos no lado argentino e isso aumenta o problema do lado daqui”, afirmou Cuevas, citando que, no caso específico do frango, a estimativa de contrabando é superior a 50 toneladas por mês.

Na fronteira com Foz do Iguaçu, as mercadorias são adquiridas legalmente no comércio brasileiro, em centros de distribuição como a Ceasa, mercados atacadistas e empreendimentos dedicados à exportação.

A ilegalidade ocorre no momento em que os produtos entram no Paraguai sem nenhum tipo de documentação, driblando os controles sanitários exigidos para itens de origem animal e vegetal. Já a venda ao consumidor paraguaio acontece, principalmente, em quiosques de mercados populares e pequenos comércios de bairro.

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