Pesquisa mostra como a crise da pandemia afeta moradores do Paraguai

Em Alto Paraná, metade não tem como pagar as dívidas e 46% perderam empregos ou rendas. Situação é a pior do Paraguai.

Apoie! Siga-nos no Google News

H2FOZ – Cláudio Dalla Benetta

Uma pesquisa feita pela Diretoria Geral de Estatística, Pesquisas e Censos do Paraguai confirmou o que já se imagina: a crise cavou um fosso econômico e social no departamento de Alto Paraná, cuja capital é Ciudad del Este.

Os resultados da pesquisa, segundo o jornal Última Hora, mostram que, no segundo trimestre deste ano, já em plena pandemia de covid-19, 76,5% dos moradores de Alto Paraná responderam que algum integrante da família teve uma redução de ganhos, seja por perder o emprego ou outra fonte de rendimentos.

Das 228.190 residências de Alto Paraná, em 53,9% seus moradores contaram que tiveram problemas para pagar dívidas, prestações ou aluguéis, enquanto em 49,9% houve dificuldades para conseguir emprego ou iniciar um negócio.

O maior problema provocado pela pandemia em Alto Paraná, como mostrou a pesquisa, foi o encerramento de atividades devido ao fechamento das fronteiras.

Tanto em Alto Paraná como em Assunção e no departamento Central, o que se observou é que a queda de rendimentos foi o principal efeito da situação sanitária, mas o número dos que reportam esta situação é maior em Alto Paraná.

O percentual de quem disse ter dificuldades para pagar dívidas, prestações e aluguéis foi de 46,1%  na capital e no departamento Central, ante os 53,9% de Alto Paraná.

Também foi menor o percentual de quem teve dificuldades para obter trabalho ou iniciar um negócio nessas duas localidades, em relação a Alto Paraná (42,2% ante 49,9%).

Em Assunção e Central, os moradores apontaram a perda de trabalho ou fonte de ganho como o terceiro maior problema. Em Alto Paraná, esse problema foi posto em quarto lugar. No entanto, a porcentagem de queixosos de falta de empregos ou ganho é maior em Alto Paraná (46,1% antes 42,6%).

Em todo o Paraguai, em 1.873.122 residências, 68,5% reportaram que algum dos familiares teve redução nos ganhos, 41,8% enfrentaram problemas para pagar dívidas, prestações ou alugués e 37,8% sofreram perda de emprego ou de fonte de renda.

Em Alto Paraná, os números indicadores da crise são maiores que a média nacional, revelando que o fechamento de fronteiras agravou ainda mais a situação.

A consultora Mentu, com base nos resultados, disse que o consumo continuará afetado em todo o país.

Busca de emprego

Em Assunção, 223 pessoas disputam, em média, cada vaga aberta. Foto Agência IP
 

Ciudad del Este e Assunção são as duas cidades onde há maior procura por empregos em todo o Paraguai, informou Enrique López Arce, titular do Escritório de Emprego da ANR, entidade ligada ao Partido Colorado, segundo informa o jornal Hoy.

Segundo López Arce, 223 pessoas disputam, em média, cada vaga de emprego em Assunção. Em Ciudad del Este, a vaga é disputada por 177 postulantes ao emprego.

A maior demanda é por cargos administrativos (415 por vaga) e caixas (462 por vaga, o cargo mais disputado).

“Este é um retrato de julho de 2020”, destacou Enrique López Arce.

LEIA TAMBÉM

Comentários estão fechados.