Pra desovar estoques, lojas de Ciudad del Este abrem filiais em Assunção

Pelo menos três grandes lojas já se instalaram na capital paraguaia. Outras devem fazer o mesmo nos próximos meses.

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Três grandes casas de comércio de Ciudad del Este – Nissei, Lion e Casa Americana – já instalaram filiais em Assunção, em busca de novos mercados para desovar seus grandes estoques de mercadorias. O acúmulo se deve a que elas continuaram a importar produtos, durante a pandemia, mas não tiveram compradores durante sete meses de fechamento da Ponte da Amizade.

A informação está publicada no jornal Última Hora, que ouviu a presidente da Câmara de Comércio de Ciudad del Este, Linda Taijen. Ela disse que o movimento de compradores ainda não é suficiente para garantir a comercialização de todas as mercadorias estocadas, e que outras lojas devem fazer como essas três, abrir filiais em Assunção.

“Os empresários esteños estudaram o mercado interno paraguaio e identificaram nichos onde poderiam colocar as mercadorias”. Ela disse que, se a situação fosse diferente, eles teriam preferido instalar filiais em Salto del Guairá, fronteira com Mundo Novo (MS), mas as vendas baixaram muito devido à pandemia. Outra opção seria Encarnación, mas ainda não há sequer data prevista para reabrir a fronteira com a Argentina.

A vantagem dos grandes estoques, explicou, é que os comerciantes podem fazer ofertas de produtos a preços mais baixos, tanto em Ciudad del Este como nas filiais em Assunção.

LOJAS FRANCAS

Mas Linda Taijen disse também que os comerciantes de Ciudad del Este estão perdendo mercado devido às lojas francas estabelecidas em Foz do Iguaçu. Embora sejam poucas (duas, por enquanto), “representam uma grande competição para o comércio de fronteira paraguaio”, segundo ela.

A presidente da Câmara de Comércio afirmou ao Última Hora que o Paraguai precisa aproveitar os benefícios do Tratado do Mercosul e também usar o regime de lojas francas na fronteira, a exemplo do Brasil, Uruguai e Argentina.

Se o Paraguai não fizer isso, continuará perdendo terrenos para as lojas francas do Brasil, que ameaçam tirar do comércio de Ciudad del Este uma fatia entre 20% e 30% das vendas, disse.

“Se continuamos assim, os empresários esteños terão que buscar outros horizontes para poder vender ou dedicar-se a outra coisa, com o que se perderiam cerca de 120 mil empregos formais e informais, se cair o nosso comércio de fronteiras.”

Este número de 120 mil da conta dela parece estar bem exagerado, embora de fato o comércio de fronteira paraguaio seja o principal gerador de empregos de Ciudad del Este.

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