Queda no consumo de energia é reflexo da crise da pandemia, no Paraguai

A redução do consumo de eletricidade é um dos principais indicadores de queda nas atividades e no Produto Interno Bruto.

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H2FOZ – Cláudio Dalla Benetta

A demanda de eletricidade, no Paraguai, caiu 32,7% entre janeiro e junho deste ano, reflexo direto da paralisação de atividades provocada pelas medidas de contenção da pandemia de covid-19, de acordo com o jornal ABC Color.

Em abril, primeiro mês após o início da quarentena total, a queda foi de 30,1%, na comparação com o consumo de março. Mesmo assim, houve nova redução em maio, de 5,5%. Em junho, com a liberação gradual de atividades, o consumo subiu 6%, mas ainda assim ficou naqueles 32,7% inferior ao consumo de janeiro.

O consumo de eletricidade é um dos principais indicadores da queda de atividade econômica e, portanto, da diminuição do Produto Interno Bruto. Em abril, o Banco Central do Paraguai havia informado que o PIB paraguaio se contraiu em 12,2%, em relação a março. O acumulado no ano, até o início de agosto, está em -2%.

Para o ano, a previsão do BC paraguaio é que o PIB caia 3,5%, a maior queda dos últimos 70 anos. Antes, o BC previa uma redução de 2,5%, mas corrigiu para maior.

Ainda assim, o Paraguai deve ser um dos países que menos vão sofrer os efeitos da contração econômica, na comparação com Brasil, Argentina e outros países da região.

Quadro publicado no jornal ABC Color.

Consumo no Paraná

Os números no Paraguai podem ser comparados com os do Paraná, o que pode indicar que, embora a situação no Brasil fique pior que a de muitos países, neste ano, a do Paraná pode ser menos grave.

Principalmente graças ao agronegócio, que, junto com o setor residencial, foi o que teve alta no consumo, ao contrário dos demais setores.

No segundo trimestre deste ano (abril, maio e junho), o consumo de eletricidade caiu 5,9% no Paraná, na comparação com o mesmo período do ano passado. A queda foi motivada, principalmente, pela redução da atividade econômica em diversas áreas, em função dos efeitos da pandemia, segundo a Copel.

A maior queda no consumo se deu entre os clientes do mercado livre de energia, ou seja, entre empresas de maior porte. O consumo neste segmento caiu 6,7% no segundo trimestre, na comparação com 2019.

Já o consumo de energia no mercado cativo da Copel caiu 5,8%. A baixa se deu principalmente por causa dos setores de comércio e serviços (-19,1%) e industrial (-18,8%). Já os segmentos residencial e rural apresentaram altas no consumo de energia, de 5,2% e 3,3%, respectivamente.

A Copel possui 3,8 milhões de consumidores residenciais (de um total de 4,7 milhões de clientes). Esse segmento representou 41,5% do total do consumo de energia do mercado cativo da Copel no segundo trimestre de 2020.

O consumo médio mensal dos clientes residenciais subiu 3,1% nos últimos três meses, na comparação com o mesmo período de 2019, passando de 158 kWh/mês para 163 kWh/mês por unidade consumidora, em média.

Já o desempenho da classe rural reflete os bons resultados do agronegócio paranaense nos últimos meses, apesar dos efeitos negativos da pandemia. Ao final de junho de 2020, a classe representou 13,1% do consumo do mercado cativo da Copel com 348.758 consumidores.

Crise na América Latina

A Cepal O Brasil (Comissão Econômica para a América Latina) prevê que o Brasil terá a quarta maior queda do Produto Interno Bruto da América Latina, em 2020. A redução será de 9,2%, inferior apenas à da Argentina (-10,5%), Peru (-13%) e Venezuela (-26%).

A menor queda, segundo a Cepal, será a do Paraguai (-2,3%). Essa previsão coincide com as feitas por outros organismos, como o Fundo Monetário Internacional.

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