Iguaçuense homenageia voluntários do projeto Upão, nas redes sociais

Neuza Delgado acompanhou o filho adolescente até a UPA João Samek. Durante a espera do atendimento clínico, a iguaçuense testemunhou a ação do grupo de voluntários do projeto Upão.

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H2FOZ – Renata Thomazi

Neuza Delgado, artesã e moradora do Jardim Lancaster, acompanhou o filho adolescente até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) João Samek na noite de 1º de agosto. Durante a espera do atendimento clínico, a iguaçuense testemunhou a ação do grupo de voluntários do projeto Upão. Acompanhe a entrevista que fizemos sobre o projeto. 

H2FOZ – Neuza, você fez uma publicação no grupo do Facebook “Elogios e Reclamações de Foz do Iguaçu” sobre a entrega de lanches por pessoas na UPA. Como foi que aconteceu? 

Neuza – Eu estava acompanhando o meu filho adolescente, que não estava bem. E nós já estávamos lá há um tempo. Além de nós, havia outras 70 pessoas, entre elas crianças e idosos. De repente, por volta das 21h, um grupo de pessoas entrou na UPA com pães e garrafas térmicas. Eu estranhei, na hora pensei que eles quisessem vender os lanches, mas não. Um deles se apresentou e começou a explicar que eles eram de um grupo de uma igreja de Foz e que o propósito deles era levar suprimentos aos pacientes da UPA. 

H2FOZ – E o que a surpreendeu tanto? 

Neuza – Me surpreendeu que eles entregaram pães, café e chá para todo mundo! Todos, desde os pacientes até mesmo os médicos! Para você ter uma ideia, além dos pacientes, enfermeiros, zeladoras e médicos, os guardas municipais também receberam lanches. E olha, o pão veio recheado com requeijão, presunto e queijo. Não era um lanche qualquer. 

Além do mais, eu sou empresária, eu sei que o tempo da gente é corrido, e sabemos que podemos contribuir mais com as pessoas. Mas aquele gesto deles é muito importante para ajudar quem está lá doente, com fome, sem dinheiro e sem previsão de hora para atendimento. 

Eu fiquei mesmo emocionada. E eu precisava dizer, precisava registrar aquele momento e fazer um post como homenagem. Pedi para fazer foto deles e no dia seguinte fiz a publicação. Depois disso eu vi que posso ajudar mais. Eu aprendi uma lição, que através da atitude deles a gente se sente até egoísta, afinal eles também são pessoas comuns que Deus mandou como anjos sem asas. Eu tinha dinheiro, e posso ajudar, mas muitas pessoas ali na UPA não têm.

Dividir e compartilhar

H2FOZ – O post comoveu os membros do grupo e rendeu quase 600 likes e mais de 80 comentários. Foi por meio da publicação que a nossa equipe entrou em contato com os voluntários do projeto Upão. Conversamos com o empresário Felipe Dias Neckel e com o jornalista Carlos Gruber sobre a origem e desenvolvimento do projeto. 

Felipe Neckel: Nós somos um grupo de amigos e a gente se disponibiliza em dois dias na semana de dar um pouco de atenção e amar aquelas pessoas que são atendidas ali nas unidades de pronto atendimento. Nós somos um grupo de aproximadamente 20 pessoas. Somos divididos em duas equipes de mais ou menos dez pessoas, na terça e na quarta-feira, toda semana. O grupo começou há dois anos e se consolidou agora há pouco tempo. Foi a partir deste ano que conseguimos fazer toda semana sem falhar. A gente tem colhido bastante fruto, sabe. Tanto do pessoal que é atendido quanto com os próprios funcionários das unidades de pronto atendimento. A gente tem sido bem recebido por eles e bem atendido. 

A ideia do grupo é unir forças e recursos para entregar suprimentos às pessoas que necessitam. Mais do que apenas alimentos, os voluntários também compartilham e exercem o amor ao próximo com atenção, respeito e zelo.

H2FOZ – O jornalista Carlos Gruber também compõe o corpo de voluntários do projeto Upão. Ele acredita que o significado das ações vai além da entrega de alimentos. 

Carlos Gruber: Participar do Upão significa compartilhar amor e carinho pelas pessoas. De alguma forma, seja num abraço, numa oração, estar perto… significa que nós estamos fazendo o mesmo que Jesus Cristo fez por nós, que é cuidar do próximo. 

H2FOZ  – Quem pode participar do projeto? E como o grupo consegue manter-se? 

Carlos Gruber: A maioria pessoas que participam do grupo faz parte da nossa igreja, mas nem todas são. A ideia é que qualquer pessoa possa integrar e contribuir com o projeto. Não precisa ser da nossa igreja, tampouco ser de igreja alguma; o importante é que quem queira integrar o grupo tenha boa vontade, comprometimento e sinta a vontade de ajudar o próximo. 

Macarronada no dia 11/8

O Upão tem vivido de doações. Nós começamos entregando 50 pães, e hoje nós estamos entregando 200 pães, com presunto e queijo. Presunto mesmo! Além de uma bebida: no verão, refresco; e no inverno, um chá ou um café quente. Inclusive agora no sábado nós iremos fazer uma macarronada para arrecadar dinheiro para o Upão.  

Serviço
Para quem quiser contribuir, compor ou conhecer os integrantes do projeto, neste sábado, às 19h, está prevista a realização da “Macarronada – Amigos do Upão”, no estabelecimento Gulla’s Restaurante Grill e Cafeteria, que está localizado na Avenida Brasil, 549. Por apenas R$ 15 eles servirão macarrão com e sem glúten e sem leite. As opções de molhos serão: branco, bolonhesa, bacon com calabresa. Crianças de até 6 anos não pagam. 

Quem quiser informações adicionais poderá entrar em contato com Felipe Neckel pelo telefone (45) 99923-3399. 

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