Indígenas exigem que guerrilheiros liberem ex-senador e o motorista, que também é índio

Eles ameaçam fechar uma rodovia e ingressar no local onde estariam os guerrilheiros, se os sequestrados não forem liberados em 24 horas.

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H2FOZ – Cláudio Dalla Benetta

O sequestro do ex-vice-presidente  e ex-senador Óscar Deniz revoltou a comunidade indígena Pa’i Tavyterã, que agora ameaça ir atrás dos sequestradores, que são da facção Brigada Indígena do Exército do Povo Paraguaio (EPP), um grupo guerrilheiro que atua no norte do Paraguai.

Digna Morilla, dirigente indígena de Amambay, disse nesta quinta-feira, 10, que outras duas comunidades, Tajeguaka e Itaguasu, também acertaram de ingressar na área dos guerrilheiros, se o jovem continuar em poder dos captores, segundo o jornal La Nación.

A líder indígena disse que o EPP sequestra para pedir dinheiro às famílias das vítimas, mas os pais do motorista do senador, Adélio Mendoza, não têm recursos para pagar resgate. Se os sequestradores quiserem negociar, os índios oferecem terras.

A comunidade Pa’i Tavyterã repudia o sequestro e critica o EPP por usar indígenas para cometer estes casos. Segundo ela, o grupo guerrilheiro quer ser o dono da mata, mas os que verdadeiramente têm direitos naquela região são as comunidades indígenas.

O pai do motorista sequestrado, Alejandro Mendoza, contou que o filho estava com o senador a caminho de ajudar um peão, Félix Coronel, que se acidentou e feriu a perna, quando foram sequestrados.

Adélio, o motorista sequestrado.

A mãe de Adélio, por sua vez, chegou a receber um telefonema de pessoa desconhecida, dizendo que a situação de Adélio era “a mais complicada”. A seguir, cortou a ligação. Adélio Mendoza é o primeiro indígena sequestrado pelo grupo guerrilheiro.

Preocupado e quase em lágrimas, segundo o La Nación, o pai do rapaz disse que Adélio, além de trabalhar, também está estudando. Ele lamenta que que sejam indígenas, como informaram via panfletos, as pessoas que fazem parte desta facção do EPP.

Digna Morilla afirmou que o ex-vice-presidente Óscar Denis emprega em sua fazenda cerca de 30 nativos da região e é conhecido por ajudar as comunidades indígenas, segundo o jornal Última Hora.

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