Meteorologia faz do tempo algo tão relativo como aquele das horas e dias. Afinal, chove ou não?

A relatividade das previsões é que, mesmo com instrumentos semelhantes, muitas vezes elas são conflitantes, entre um serviço e outro.

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H2FOZ – Cláudio Dalla Benetta

O tempo tem jeitão de chuva. Céu fechado, temperatura amena, uma aragem o dia todo. Aragem, diz o dicionário, é um “vento brando e intermitente”. Se um de nós fosse meteorologista, bastava olhar pra fora e dizer: “previsão é de chuva em Foz do Iguaçu”.

Mas os meteorologistas não se baseiam na aparência momentânea, têm equipamentos – alguns sofisticados – e raramente “chutam”.

É aqui que reside a questão: chove ou não, nesta quinta e nos próximos dias? Dos cinco sites que consultamos, dois garantem que só chove no domingo da próxima semana, dia 8. Isto é, serão mais 10 dias de estiagem contínua. Nisso, Simepar e AccuWeather coincidem exatamente.

Já o CPTEC/Inpe vê como alta (80%) a possibilidade de chover desde esta quinta até sábado, 31, último dia de um mês que vem repetindo os anteriores: chuva a conta-gotas.

A previsão é semelhante à do Climatempo, com a diferença de que este último prevê chuva inclusive no domingo. E aí, coincide com a previsão do Inmet, de pancadas de chuva isoladas desta quinta a domingo.

É curioso perceber nuances nas previsões, como a dos três – CPTEC/Inpe, Climatempo e Inmet. Mas é estranho perceber que são radicalmente opostas às dos outros dois, Simepar e AccuWeather.

Quanto às temperaturas dos próximos dias, também há discordâncias, mas menores. De modo geral, todos preveem temperaturas mínimas mais baixas, em relação aos últimos dias – e especialmente na comparação com a semana passada.

Para o Simepar, nos próximos quatro ou cinco dias mínimas podem cair para 15 graus; máximas serão também um pouco mais baixas, especialmente sexta e sábado (28 e 26 graus, respectivamente).

Para o AccuWeather, mínimas ficam em 16 graus. Máximas, entre 28 e 30 graus.

Já o Inmet não perdoa: só nesta sexta tem mínima de 17 graus e máxima de 29. Depois, sobem para 21 e até 32 graus, respectivamente.

Para o CPTEC/Inpe, mínimas podem varias entre 15 e 18 graus, nos próximos dias. E máximas não passam dos 30 graus (no sábado, 25 graus).

E o Climatempo, por fim, também vai na linha de mínimas de 15 ou 16 graus e máximas abaixo de 30. Quer dizer, tempo ameno, aqui pra Foz.

O tempo e o tempo

Mas e a chuva? A tendência, olhando e sentindo o tempo neste início de tarde, é apostar direto em dias pelo menos ligeiramente chuvosos. Mas quem tem razão?

O tempo (o do clima) e o tempo (aquele que Albert Einstein tornou relativo, o das horas, dias, meses, anos…) vão dizer.

Pra quem quer chuva, como nós e as plantas, resta torcer.

Falar em Einstein e o tempo (o das horas), a frase mais famosa dele é: “A distinção entre passado, presente e futuro é apenas uma ilusão teimosamente persistente”.

Esse é o tempo que a ciência diz ser relativo. Ele não é como um rio que passa, mas está “ao mesmo tempo” em diferentes espaços.

O professor de filosofia do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (o famoso MIT0, Bradford Skow, não só concorda com a Teoria da Relatividade de Einstein, como foi além.

“Não estamos localizados em um único momento”, diz ele. “As coisas mudam, mas o passado não 'desaparece', ele simplesmente existe em diferentes partes do espaço-tempo”.

Assim, aquilo que você viveu há dez anos é igualmente real ao que vive agora. Mas essa experiência de dez anos “atrás” fica inacessível, porque você está agora numa parte diferente do espaço-tempo. E isso inviabiliza as viagens no tempo que a ficção científica tanto adora (e nós também).

Essas informações sobre o professor Skow, que escreveu o livro “Objective Becoming”, onde ele defende que o tempo deve ser considerado como uma dimensão do espaço-tempo, como sustenta a Teoria da Relatividade, são do site Olhar Digital.

Em resumo, para voltar ao tempo (e não no tempo), a chuvarada de anos atrás ainda está por aí, num espaço-tempo diferente e inacessível.

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