Agentes penitenciários do Paraguai pedem aumento, mais efetivo e mais segurança

A superpopulação carcerária torna ainda mais perigosa a atividades deles, principalmente por causa da atuação do PCC.

Apoie! Siga-nos no Google News

A fuga de três presos integrantes do PCC, levando como refém o chefe de segurança do presídio de Itapúa, na semana passada, foi a gota d´água para os agentes penitencários do Paraguai, que nesta segunda-feira (9) fizeram uma manifestação em frente à sede do Ministério da Justiça, em Assunção.

Cerca de 150 agentes penitenciários de diversas prisões do país participam da mobilização. Eles exigem aumento salarial, melhores condições de trabalho e seguro de vida. Querem, também, a contratação de pelo menos mais 100 agentes, porque as prisões estão superlotadas e não há funcionários em número suficiente para garantir a segurança.

O Sindicato de Funcionários Administrativos e de Segurança da Penitenciária Nacional de Tacumbú diz que a prisão tem mais de 4 mil internos, mas a segurança é feita em turnos de no máximo 45 guardas. Se não houver uma resposta positiva por parte do governo, o sindicato alerta que adotará medidas extremas, como a greve.

E a situação em outros presídios do interior é ainda pior, porque há ainda menos pessoal para cuidar da segurança.

"Emergência"

O governo reconhece que a situação é grave. Tanto que, na semana passada, o presidente Mario Abdo Benítez assinou decreto declarando "emergência penitenciária".

O decreto permite que o Ministério da Justiça possa fazer as mudanças que julgar necessárias, tanto em matéria de segurança como de infraestrutura. Em relação à segurança, o decreto prevê o prazo de 15 dias para ser traçado um plano que envolva as forças públicas de segurança e vigilância das prisões.

O Ministério da Fazenda foi autorizado a ampliar os recursos para agilizar os processos que levam ao melhoramento do sistema penitenciário.

O presidente paraguaio é favorável até mesmo à construção de um presídio apenas para integrantes do PCC, que são os que dominam as prisões paraguaias e agravam os problemas de segurança.

No sábado, 7, Abdo Benítez disse que o PCC está "incomodado" com a atuação do governo, "porque é a primeira vez na história que há vontade política de lutar de maneira férrea e comprometida contra o crime organizado".

Ele lembrou que, desde que assumiu, o Paraguai já expulsou do país mais de 160 integrantes do PCC (todos estão agora em prisões brasileiras) e provocou prejuízos à organização criminosa que passam de US$ 150 milhões, além da apreensão de patrimônio que agora está no nome do Estado.

Mas o presidente reconheceu que a superpopulação carcerária é um problema sério e, por isso, pretende construir mais quatro penitenciárias. Uma delas ficaria exclusiva para os integrantes do PCC, disse o presidente.

LEIA TAMBÉM

Comentários estão fechados.