Blogueira argentina denuncia machismo paraguaio: assédio em locais públicos

Ela vive atualmente em Assunção e considera que, ao chegar ao Paraguai, “parece que entrei numa máquina do tempo”.

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No Paraguai o machismo está tão enraizado que, para a blogueira argentina Drea León, parece que andar pelas ruas e sofrer assédio é como voltar à Argentina do passado.

Há mulheres que, como ela, protestam e denunciam. A Promotoria registrou, de janeiro a abril, 985 denúncias de abuso sexual contra menores de idade. A maioria das vítimas são meninas e adolescentes, e muitas delas são à luz depois de violadas. 80% dos casos de abuso são registrados no entorno familiar.

Desde que chegou ao Paraguai, a blogueira percebeu que o homem paraguaio acha normal buzinar ou falar obscenidades a uma mulher que está em local público.

"O homem ganha mais. O homem assedia. Os homens perseguem as mulheres na rua, e é normal, é bom que um homem grite com você, que buzine", disse a blogueira nas redes sociais, relatando o que as paraguaias vivem diariamente ao percorrer as ruas de Assunção.

Num único dia, ela contou pelo menos 20 tipos de assédio, desde uzinadas ao passar por ela até aqueles que gritavam palavrões de conteúdo sexual.

"E eu estava vestida com roupas de ginástica, toda tapada. Não estava de minissaia, não havia nada que pudesse 'incitar" um pouco mais. Não quero nem saber o que vai acontecer se eu sair na rua de minissaia", comentou a blogueira.

"Em qualquer lugar"

Segundo ela, o assédio ocorre não apenas nas ruas. Acontece em shopping, em supermercado, "em qualquer lugar público".

As mulheres de classe alta, em sua maioria, evitam as ruas, e se movimentam exclusivamente em carros particulares, disse Drea. "Mas não quero ser uma mulher assim. Eu gosto de caminhar pela rua, não quero ir da academia ao carro e do carro à academia, porque não sou assim, sou livre".

A publicação feita pela argtentina gerou todo tipo de reações, principalmente de mulheres de todas as idades, relatando sobre casos de assédio de que são vítimas nas ruas, ou mesmo nos seus locais de trabalho.

Alguns homens também se manifestaram, comentando o quanto se sentem mal por ver como sofrem suas noivas, irmãs, amigas, com este hábito dos homens paraguaios.

O jornal Última Hora conclui que o machismo é é mesmo arraigado, e a luta para erradicar esse costume ainda está só no início, mesmo em instituições públicas.

Veja o vídeo da blogueira publicado no Twitter.

Fonte: Última Hora

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