Brasil tem caso suspeito de coronavírus. No Paraguai, preocupação é com Ciudad del Este

Pelo menos 35 chineses que moram na cidade paraguaia estiveram na China em janeiro, mas Ministério da Saúde acompanhou todos e nenhum apresentou sintomas.

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O Paraguai vive dias complicados em relação à saúde pública. Não bastasse a epidemia de dengue, com duas mil notificações por dia, o país ainda precisa dar atenção ao coronavírus, principalmente em Ciudad del Este, onde há muitos chineses e vários viajaram para o país de origem este ano.

A dengue é mais preocupante porque o número de notificações é "histórico" e vai "superar todos os recordes", na avaliação do Dr. Guillermo Sequera, diretor de Vigilância da Saúde.

Segundo Sequera, dos 2 mil casos suspeitos de dengue notificados diariamente, 70% deverão apresentar diagnósticos positivos, o que significa 1.400 casos de dengue confirmados por dia.

Os números estão aumentando a cada dia e a esperança de Sequera é que a epidemia "estabilize" em fevereiro ou março. Até agora, há quatro mortes confirmadas, mas várias outras aguardam resultados de laboratório.

Coronavírus

O Paraguai também está em alerta contra o coronavírus, principalmente na região de fronteira, onde vivem muitos chineses.

Um grupo de 35 deles viajou à China em janeiro, inclusive à cidade de Wuhan, de onde muitos provêm, e estão sendo acompanhados por autoridades do Ministério da Saúde.

De acordo com o diretor de Vigilância da Saúde, nenhum deles apresentou sintomas da doença, o que praticamente descarta o risco de contaminação.

O coronavírus já matou 106 pessoas e se espalhou pelo mundo. Já há um caso suspeito no Brasil, em Belo Horizonte (veja abaixo).

Os chineses de Ciudad del Este viajaram à China através de aeroportos no Brasil e, no retorno a Ciudad del Este, vêm por terra de cidades onde desembarcam, segundo Sequera.

No Paraguai, os controles contra o coronavírus começaram no aeroporto Silvio Pettirossi, que atende Assunção, no último sábado e se intensificaram nos dias seguintes.

Nesta terça, surgiu a informação de que um jovem procedente de Taiwan era portador do coronavírus. Ele foi internado com problemas respiratórios. No entanto, a hipótese do vírus já foi descartada. Segundo o Ministério da Saúde, ele estava com um resfriado forte, mas comum.

Fonte: ABC Color

Ministro confirma primeiro caso suspeito de coronavírus no Brasil

O Ministério da Saúde confirmou hoje (28) o primeiro caso suspeito de coronavírus no país e elevou o nível de atenção para alerta de perigo iminente para a presença do vírus no país. De acordo com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, uma estudante de 22 anos que esteve na China está internada, em Belo Horizonte, em observação.

Luiz Henrique Mandetta diz que agora a vigilância vai aumentar. Foto Marcelo Camargo/Agência Brasil

"O que muda é o grau de vigilância nessa fase. Aumenta a nossa vigilância de portos e aeroportos, triagem de pacientes, o uso de determinado equipamentos de proteção, mas o nosso foco principal nesta fase é a vigilância”, disse Mandetta, em entrevista coletiva para falar sobre as medidas tomadas pelo governo para evitar a entrada do vírus no país.

“Nessa fase a gente tem um olhar com muito mais atenção para dentro do país, para identificar se o vírus está circulando em território nacional, e outro [olhar] muito presente em informações técnicas e científicas a respeito do comportamento do vírus”, disse Mandetta.

A estudante brasileira esteve em viagem para a cidade de Wuhan no período de 29 de agosto de 2019 a 24 de janeiro deste ano. A paciente está em observação e, de acordo com o ministro, o estado dela é estável. Caso a infecção por coronavírus seja confirmada, o nível de alerta no país sobe para emergência de saúde pública nacional, quando há a possibilidade de o vírus já estar em circulação no país.

“Ela está em isolamento, e os 14 contatos mais próximos estão sendo acompanhados. O nome, por motivos óbvios, não deve ser divulgado, por respeito à pessoa, a seus familiares e sua privacidade,” disse o ministro.

Investigação

De acordo com dados apresentados na coletiva do Comitê de Operações de Emergência do Ministério da Saúde, no período de 3 a 27 de janeiro foram analisados 7.063 rumores de pessoas com coronavírus, dos quais 127 exigiram a verificação mais detalhada.

Dessa verificação, 10 casos se enquadraram inicialmente na definição de suspeitos. Desses, nove foram descartados, e o único caso tratado como suspeito é o da paciente internada em Belo Horizonte.

O ministro informou ainda que, após a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter aumentado para alto o nível de alerta em relação ao cenário global do novo coronavírus, o governo vai passar a tratar como casos suspeitos os das pessoas que estiveram em toda a China, não apenas na província de Wuhan, nos últimos 14 dias e que apresentarem sintomas respiratórios suspeitos.

Viagens para a China

Durante a coletiva, o ministro da Saúde disse ainda que, após a Organização Mundia da Saúde (OMS) elevar de moderado para elevado o risco de contaminação pelo vírus, brasileiros só devem viajar para a China em caso de necessidade. “

"Estamos recomendando que viagens à China sejam feitas apenas em caso de necessidade. A OMS desaconselha qualquer viagem nesse momento para o país”, disse Mandetta.

O ministro disse ainda que, com a decisão da OMS, o governo vai passar a tratar como casos suspeitos, os de pessoas que estiveram em toda a China nos últimos 14 dias e apresentarem sintomas respiratórios, como tosse ou dificuldade para respirar. Antes, a atenção recaía apenas às pessoas que estiveram na cidade de Wuhan, local com maior número de casos.

O ministro disse ainda que não há orientações específicas para o período de Carnaval. “Não temos nenhuma recomendação específica de comportamento, a não ser aquelas clássicas que usamos sempre: lavar as mãos, evitar compartilhamento de objetos, copos talheres para que se possa ter um risco menor, mas nada especifico para o Carnaval”, disse.

Aeroportos

Desde o fim de semana, os aeroportos brasileiros divulgam alerta da Anvisa sobre o coronavírus. A mensagem reforça procedimentos de higiene e diz que os passageiros que apresentarem sintomas relacionados ao vírus devem procurar um agente de saúde. O ministro disse que o governo também trabalha com a elaboração de material impresso em diferentes idiomas para orientar as pessoas que chegam no país sobre o que fazer para evitar contrair o vírus.

Hoje à tarde, integrantes da Anvisa se reuniram com representantes de companhias aéreas no Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, para dar orientações sobre o coronavírus.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), até ontem (27), foram confirmados 2.798 casos do novo coronavírus, batizado 2019-nCoV, em todo o mundo. A maior parte na China (2.761), incluindo a região administrativa de Hong Kong (8 casos confirmados), Macau (5) e Taipei (4).

Fora do território Chinês foram confirmados 37 casos. Destes, 36 apresentaram histórico de viagem à China, dos quais 34, estiveram na cidade de Wuhan ou algum vínculo com um caso já confirmado. Desse total, os Estados Unidos e a Tailândia registraram cinco casos cada; quatro casos foram registrados no Japão, Cingapura, Austrália, Malásia e a Coreia do Sul. A França registrou três casos, o Vietnam dois, e o Canadá e Nepal um caso cada.

Nesta terça, representantes do Ministério da Saúde vão participar de uma reunião com a Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o tema. Na próxima semana, Mandetta disse que vai se reunir com os secretários estaduais de Saúde e os secretários de Saúde das capitais também para detalhar as ações tomadas pelo governo.

Fonte: Agência Brasil

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