Brasileiros presos em Ciudad del Este planejavam matar ex-deputado paraguaio

Três deles, de uma mesma família, foram presos no sábado (18), em Ciudad del Este.

Apoie! Siga-nos no Google News

H2FOZ

O terror do PCC em terras paraguaias. Esta é uma história de um resgate frustrado, porque os presos já haviam sido expulsos do Paraguai, e de um atentado que não foi cometido porque a polícia agiu antes. 

No sábado, 18, a polícia paraguaia prendeu, em Ciudad del Este, três brasileiros, que seriam integrantes do grupo criminoso  PCC. Eles são suspeitos de planejar resgate de presos e um atentado contra o ex-deputado Luis Villamayor.

O ex-deputado está jurado de morte porque denunciou o assassino de seu filho, em 2015. Alex Villamayor foi morto com um tiro na cabeça pelo ex-companheiro de colégio René Hofstetter. O crime teve a participação do capataz da estância da famlia Hofstetter, Mathias Wilbs.

Os dois estão presos. René pegou 12 anos por homicídio doloso e Mathias Wilbs foi condenado a dois anos e dez meses, por obstruir a investigação, já que ele fez parecer que a vítima se suicidara.

Segundo o pai de Alex, o garoto foi vítima de abusos sexuais antes de ser assassinado.

René Hoffstetter, segundo dados obtidos pela polícia, uniu-se na cadeia a dois integrantes do PCC, Carlos Henrique Silva Cândido Tavares e Ozziel Rizzo de Sá (brasileiros), aos quais pediu, como "favor de irmãos", que matassem Luis Villamayor. 

Alex, morto pelo amigo, e o pai, jurado de morte pelo PCC.

No entanto, a polícia paraguaia descobriu que os dois planejavam seu próprio resgate, por meio de outros integrantes do PCC, e os brasileiros foram expulsos do país. Hoje, estão em cadeias no Brasil.

Os autores do resgate, segundo a polícia, usariam armas fornecidas pelo brasileiro Rafael Marcos de Souza, preso em Ciudad del Este e já encaminhado pela promotoria a Assunção.

Em família

Rafael Marcos de Souza (27 anos), vulgo Barba, é proprietário de uma loja que vende produtos de caça e pesca em Ciudad del Este, mas a licença do estabelecimento foi cancelada.

Os outros dois brasileiros presos em Ciudad del Este no sábado foram José Denilson de Souza (53 anos), pai de Rafael, e o irmão dele, Maiko de Souza Marques (22). Os três têm documentos paraguaios.

Em poder dos detidos, foram apreendidos uma caminhoneta Chevrolet S10 blindada, uma pistola 9mm, vários aparelhos celulares, dinheiro em espécie, em guaranis e dólares, e documentos.

Logística

A investigação policial começou em abril. Os policiais tinham informações de que Barba seria encarregado de garantir a logística para que o grupo em formação, vinculado à facção criminosa de Jarvis Chimenes Pavão (expulso pelo Paraguai e hoje em prisão brasileira), executasse um plano de resgate dos presos do PCC Oziel Rizzo de Sá, o Padrinho, e Carlos Henrique Silva Cándido Tavares, o Faxia.

A investigação também apontou que os suspeitos pretendiam também cometer um atentado contra o ex-deputado Luis Villamayor. Pelas redes sociais, o ex-deputado denunciou que os pais do jovem assassino haviam contratado pistoleiros para matá-lo.

Grupo domina prisões

Não é à toa que um estudo divulgado pelo jornal Última Hora mostrou que o PCC é hoje o grupo criminoso mais importante e perigoso do Paraguai, com presença em todas as prisões, não só de brasileiros, mas também de paraguaios. 

Faz bem o Paraguai de expulsar ao Brasil quem pertence à facção, porque o país vizinho não tem prisões de segurança máxima, como as que existem aqui.

Fontes: ABC Color e Vanguardia

LEIA TAMBÉM

Comentários estão fechados.