
A praça! A praça é do povo
Como o céu é do condor
É o antro onde a liberdade
Cria águias em seu calor!
Castro Alves
Uma praça é lugar único em qualquer comunidade do mundo. Dos espaços públicos, talvez seja o mais popular e democrático. Assim era a Praça da Bíblia antes da polêmica revitalização iniciada no governo Reni Pereira e que deve ser concluída durante a gestão Chico Brasileiro.
A obra deve ser inaugurada neste ano (já perdi a conta das datas anunciadas). Após fazer modificações no projeto original, a prefeitura justifica que ainda falta terminar ajustes e serviços na iluminação, coreto, pergolado, banheiros e paisagismo.
Não é de hoje, entretanto, que os iguaçuenses têm alertado para um problema no novo conceito da Praça da Bíblia. Faltam bancos. Simples assentos para almas solitárias ou acompanhadas acomodarem o corpo enquanto desafiam o frenético tempo da cidade.
Ao menos, por enquanto, à noite começa ressurgir certo movimento por causa da gastronomia diversificada. Vendedores ambulantes de toda qualidade levam cadeiras e mesas de plástico para receber bem os amantes de espetinho, pastel, coxinha, tapioca, cachorro-quente, entre outros sabores.
Sob a luz do Sol, entretanto, é um vazio só. Começo a imaginar crianças, adolescentes, jovens, idosos improvisando bancadas na base de caixotes de madeira ou mesmo cadeiras de praia. Não seria uma má ideia, afinal em Foz do Iguaçu a criatividade do povo desafia os projetos futuristas dos governantes, como uma praça sem povo.
Alexandre Palmar é jornalista em Foz do Iguaçu e editor do Portal H2FOZ.
Fotos: Marcos Labanca/H2FOZ.