H2FOZ – Paulo Bogler
Foz do Iguaçu amarga a pior geração de empregos dos últimos 14 anos, considerando os primeiros quatro meses de 2020. O município perdeu 3.757 empregos com carteira assinada de janeiro a abril, conforme levantamento divulgado nesta quarta-feira, 27, pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
O desempenho negativo é resultado de um conjunto de fatores, com destaque para o primeiro bimestre já sendo pífio (janeiro inclusive fechou negativo na balança do emprego). O cenário piorou com a crise econômica provocada pelo novo coronavírus. Em Foz, o fechamento do comércio entre março e abril resultou numa onda de demissões.
Com as dispensas em grande escala em março e abril, a cidade registrou o pior primeiro quadrimestre desde 2007, ano mais distante entre os disponibilizados na plataforma com as séries históricas organizadas pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, do Ministério da Economia.
Para efeito de comparação, o pior primeiro quadrimestre até então fora registrado em 2016, quando de janeiro a abril foi contabilizado saldo negativo de 376 empregos. Já o mesmo período do ano passado assinalou saldo positivo de 727 ocupações com carteira assinada no município.
Antes da crise – O ano de 2020 já começou com queda na oferta de empregos em Foz do Iguaçu. Em janeiro houve diminuição de 46 postos formais de trabalho, ante o saldo positivo de 143 postos no mesmo mês de 2019.
No último mês de fevereiro, o saldo foi positivo em 463 empregos, porém menor do que as 524 vagas formais geradas no mesmo período do ano passado.
Com os sinais pouco favoráveis para o emprego no primeiro bimestre deste ano, a paralisação da economia resultante da necessidade de se conter a proliferação do novo coronavírus teve reflexo desastroso para empresas e trabalhadores.
Em março e abril, foi registrado o desemprego drástico em Foz do Iguaçu, com fechamento do comércio, hotéis, gastronomia e fronteiras, bem como a restrição de voos, a diminuição do movimento na rodoviária e a suspensão da visitação nos atrativos.
Em março de 2020, Foz do Iguaçu contabilizou saldo negativo de 1.285 ocupações com registro em carteira de trabalho. No mesmo mês do ano passado, o saldo negativo havia sido de 166 vagas.
Já em abril, o saldo negativo foi de 2.889 empregos formais, com base em 639 admissões e 3.528 demissões. Em 2019, dentro do mesmo mês, Foz do Iguaçu havia obtido saldo favorável de 226 postos formais.
Origem dados – O Caged é um instrumento do Ministério da Economia que monitora a evolução da mão de obra formal no país.
Neste ano, o cadastro não divulgou o número de contratações e demissões nos meses de janeiro, fevereiro e março, por município, apenas o saldo mensal de empregos.
O saldo de empregos não inclui os contratos suspensos, conforme previsão da legislação, durante o período de pandemia.
ANO 2020 | Admissões | Demissões | Saldo |
Janeiro | N.I. | N.I. | -46 |
Fevereiro | N.I. | N.I. | 463 |
Março | N.I. | N.I. | -1.285 |
Abril | 639 | 3.528 | -2.889 |
Quadrimestre | -3.757 |
Obs: N.I. = não informado
Fonte: Novo Caged
ANO 2019 | Admissões | Demissões | Saldo |
Janeiro | 2.524 | 2.381 | 143 |
Fevereiro | 2.991 | 2.467 | 524 |
Março | 2.304 | 2.470 | -166 |
Abril | 2.463 | 2.237 | 226 |
Quadrimestre | 7.819 | 7.318 | 727 |
HISTÓRICO QUADRIMESTRE
Janeiro a abril
2007 | 419 |
2008 | 619 |
2009 | 422 |
2010 | 969 |
2011 | 1.102 |
2012 | 1.395 |
2013 | 981 |
2014 | 1.045 |
2015 | -152 |
2016 | -376 |
2017 | 62 |
2018 | 929 |
2019 | 727 |
2020 | -3.757 |
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