Covid-19: Paraguai continua com menor número de casos da América do Sul

Em relação às mortes, a Venezuela registra apenas duas, mas tem 190 casos confirmados.

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* Cláudio Dalla Benetta I OPINIÃO

A explicação definitiva certamente virá com o tempo. Mas, no balanço da tarde desta quinta-feira, 2, o painel do Johns Hopkins Hospital, dos Estados Unidos, mostra que o Paraguai é o país com o menor número de casos de covid-19 da América do Sul: são  77, com três mortes.

Na semana passada, a vizinha Bolívia, com 4 milhões a mais de habitantes (o Paraguai tem cerca de 7 milhões), praticamente empatava com o Paraguai em número de casos e não registrava vítimas fatais. Agora, são 123 casos da doença e oito mortes, apesar de o governo ter endurecido as medidas, com toque de recolher e proibição até de circulação de veículos.

O Uruguai, com pouco menos de 3,5 milhões de habitantes (metade da população paraguaia), já aparece no painel com 350 casos e quatro mortes.

Exceção?

Há, sim, uma exceção, a Venezuela: lá, há quase duas vezes mais que o número de casos do Paraguai, com duas mortes, mas a população venezuelana é 4,5 vezes maior que a paraguaia.

No entanto, é preciso ressalvar duas coisas em relação à Venezuela: primeiro, que foi o último país da América do Sul onde registrou-se um caso de novo coronavírus. Portanto, agora é que começou o crescimento geométrico mais acelerado.

Segundo, que as informações repassadas pelo país não são consideradas confiáveis pelos especialistas internacionais, como informou a BBC Mundo.

Mesmo que as informações sejam confiáveis, no entanto, vale mesmo lembrar que o Paraguai registrou seu primeiro caso de novo coronavírus no dia 7 de março, uma semana antes de a Venezuela anunciar a entrada da doença no país.     

Outras comparações

Vamos a outros países. O Equador, com população quatro vezes e meia maior do que o Paraguai, registra onze vezes mais mortes que no vizinho ao lado. São 1.323 casos confirmados e 47 mortes. É, proporcionalmente, o país da América do Sul com mais mortes provocadas pela doença.

O Chile, com pouco mais de 11 milhões de habitantes, tem 3.404 casos de covid e 17 mortes.

Passemos então à Argentina, com 1.133 casos e 34 mortes. Proporcionalmente à população, praticamente empata com o Brasil, com seus 7.022 casos e 252 mortes.

Embora, obviamente, não esteja na América do Sul, é curioso comparar a situação do Paraguai com a de Cuba. Com população de 11,5 milhões, a ilha registra 233 casos e seis mortes, bem superior, proporcionalmente, à situação paraguaia.

Números globais

Pra aproveitar o espaço, vamos divulgar outros números do painel da Johns Hopkins. O mundo, nesta quinta, 2, está se aproximando rapidamente de 1 milhão de casos de covid-19. Já são 998.047. A doença provocou até agora 51.335 mortes.

Os Estados Unidos, onde no princípio o presidente Ronald Trump deu pouca importância à doença (e agora se desespera), lidera o número de casos: 234.462, com 5.607 mortes.

Mas, em mortes, a triste liderança é da Itália, com 13.915 (e 115.242 casos confirmados). A Espanha vem a seguir, com 10.096 mortes, para 110.238 casos, e depois a França – 4.514 mortes. Este número é alto, já que a França tem 59.926 casos, número bem inferior ao dos cinco primeiros lugares (Estados Unidos, Itália, Espanha, Alemanha e China).

Pois é, a Alemanha está na frente da China e da França no total de casos confirmados. No entanto, o número de mortes é muito menor – 1.074, com 84.264 casos confirmados. Entre as principais economias da Europa, tem o melhor resultado no que mais importa, poupar vidas.

Em matéria publicada no 23 de março, aqui no H2FOZ (veja link no final) já mostrávamos a Alemanha como um dos bons exemplos do mundo. E o Paraguai também já víamos assim.

A situação não mudou de lá para cá. Alemanha e Paraguai, cada um com suas diferenças (e são muitas), ainda são bons exemplos na luta contra o novo coronavírus.

O Paraguai

Assim como a Alemanha, mas sem os recursos do país europeu, o Paraguai levou a sério a ameaça do novo coronavírus. Teve a coragem de fechar fronteiras e aeroportos, permitir apenas o funcionamento de setores vitais, proibir aglomerações e decretar até toque de recolher à noite, para que houvesse de fato isolamento social.

Mesmo com alguns rebeldes, a grande maioria acatou as medidas e entendeu a situação. O país agiu rápido e o governo falou uma mesma língua, sempre, apesar das pressões econômicas. Por enquanto, vai bem, virou exemplo!
 

* Cláudio Dalla Benetta é jornalista de Foz.
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Este texto é de responsabilidade do autor/da autora e não reflete necessariamente a opinião do H2FOZ.

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Na luta contra o coronavírus, Paraguai pode ser um dos bons exemplos.

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