Por Cláudio Dalla Benetta
A segurança deve ser reforçada na Câmara de Vereadores de Ciudad del Este, nesta terça-feira, 12. Os vereadores se reúnem em sessão extraordinária para escolher o prefeito interino, que ficará no cargo até as eleições, marcadas para 5 de maio.
Na sessão desta segunda, os vereadores se limitaram a ouvir a leitura da notificação da Câmara de Deputados que destituiu Sandra McLeod.
Mas houve tensão e entrevero, com manifestantes forçando a entrada na Câmara. E isso pode se repetir nesta terça (aliás, só haverá eleição se houver quórum mínimo. Caso os vereadores não se acertem para a escolha do interino, a Câmara de Deputados vai designar um funcionário para ficar no cargo até maio.
O vereador Celso Miranda "Kelembu", que foi "eleito" prefeito por colegas em sessão não reconhecida oficialmente, foi xingado por manifestantes, que o perseguiram chamando-o de "traidor".
Durante a sessão, o presidente da Câmara, Herminio Corvalán, perguntou se ele estava ali como vereador ou prefeito. Ele disse que estava como vereador e, ao jornal Vanguardia, afirmou que vai "respeitar o que foi decidido pela Câmara de Deputados".
Com escolta
Kelembu teve que sair da Câmara escoltado pela polícia, enquanto outros dois vereadores, Javier Bernal e Ángel Núñez, saíram pela janela do prédio, pra não enfrentarem os manifestantes, que não arredaram pé desde as primeiras horas da manhã até o fim da sessão, informou o Última Hora.
Já o ABC Color conta que Kelembu afirmou ser "o prefeito legítimo", e que não sabe se estará na sessão desta terça pra votar, embora garanta que tem os votos pra voltar ao cargo que ganhou na surdina, mas não desfrutou.
"Aqui é uma luta de poderes. Frente Guasu quer o cargo, Paraguayo Cubas quer o cargo, claro. Eu também quis e ganhei. Venci mas os deputados me atrapalharam", disse o polêmico vereador.
E confessou que pode participar das eleições de maio, se tiver apoio de um dos partidos grandes, como o Colorado Añetete.
Ele garantiu ao jornal que nunca negociou com os Zacarías, mas sim com "os vereadores zacariístas", o que pra ele é diferente. "Nós já derrubamos os Zacarías, eles estão liquidados, vão ser presos, vão pra cadeia, por que eu não posso falar com os meus colegas?", perguntou.
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