Até o começo de novembro devem começar as obras da Ponte da Integração Brasil- Paraguai no lado paraguaio. No lado brasileiro, já estão bastante avançadas.
A sinalização foi dada pelo ministro de Obras Públicad e Comunicações do Paraguai, Arnoldo Wiens, ao diretor de Coordenação e Meio Ambiente de Itaipu, Luiz Felipe Carbonell, durante visita, neste sábado (19), ao canteiro da construção, nas imediações do Marco das Três Fronteiras, no bairro Porto Meira.
O engenheiro Osman Bove, gerente de contrato do consórcio Cidade-Construbase-Paulitec, responsável pela obra, acompanhou o encontro.
A segunda ponte entre Brasil e Paraguai sobre o Rio Paraná, uma das obras mais aguardadas pela população de todo o Paraná e do Paraguai e uma das mais importantes para o escoamento de produtos da região para a América Latina, é bancada com recursos da margem brasileira da Itaipu e vai ligar o município de Foz do Iguaçu a Presidente Franco.
A obra inclui a Perimetral Leste, que vai desviar do centro de Foz do Iguaçu o fluxo de caminhões procedentes do Paraguai e Argentina.
O ministro adiantou que todos os entraves burocráticos que ainda impediam a construção do lado paraguaio serão resolvidos, entre eles a agilidade na liberação e circulação de materiais e equipamentos, para dar eficiência à obra, e a contratação de operários paraguaios para erguer a ponte em Presidente Franco.
Durante a visita, o ministro paraguaio teve a oportunidade de conhecer o local onde será assentada a cabeceira da ponte na margem direita (Paraguai) do Rio Paraná, e conhecer mais profundamente alguns problemas que poderiam atrasar o início das obras no lado paraguaio. A intenção é dar celeridade à empreitada, o que já vem sendo feito.
Questões relacionadas à exportação e importação temporária de máquinas e equipamentos, assim como os casos de migração e relações trabalhistas, navegação no Rio Paraná e uso da área na margem paraguaia para a implantação do canteiro de obras e, propriamente, a construção da ponte, foram superadas.
Isso foi possível graças às providências já adotadas pela Direção Geral de Aduanas, Direção Geral de Migrações, Prefeitura Geral Naval da Armada Paraguaia e pelo próprio Ministério de Obras Públicas e Comunicações do Paraguai.
O diretor de Coordenação da Itaipu, área que trabalha mais diretamente ligada à construção da segunda ponte, ficou bastante satisfeito. Desde o início do processo, as chancelarias dos dois países, no maior espírito de cooperação, característico de brasileiros e paraguaios, vêm buscando soluções para superar impasses que possam atrasar a construção.
“Sem dúvida, esse foi outro grande passo para garantir que o cronograma da obra não se atrase; muito pelo contrário. A expectativa é de que essa ponte seja entregue para a população antes do previsto, seguindo as diretrizes do diretor-geral brasileiro, general Joaquim Silva e Luna”, ressaltou Carbonell.
No prazo
Ele reafirmou ao ministro a firme disposição da binacional em atuar como facilitadora entre todos os atores envolvidos no projeto para assegurar a execução do calendário físico-financeiro, antecipando-se aos problemas que possam provocar atrasos no andamento da obra.
“Queremos entregar a ponte à sociedade brasileira e paraguaia em junho de 2022, conforme o que está estabelecido no planejamento”, disse o diretor.
Já o ministro garantiu que não poupará esforços em trabalhar de forma proativa na retirada dos entraves administrativos que possam causar prejuízos ao empreendimento. Ele também destacou a importância da segunda ponte para o fortalecimento da economia regional e da integração entre as duas nações irmãs.
Como está do lado brasileiro
Até segunda-feira (21), os diques que vão permitir a execução das fundações da torre principal, na margem brasileira do Rio Paraná, devem estar concluídos. Outro pilar idêntico, que terá 190 metros de altura, será construído na margem paraguaia.
A edificação do setor administrativo também foi iniciada e o canteiro de obras começou a ser montado. A expectativa é que até o final de outubro comece a fase de desmonte de rochas. No lado brasileiro, as dificuldades burocráticas foram sanadas com a publicação de uma instrução normativa da Receita Federal que estabelece regime especial para a obra e dá mais agilidade aos processos aduaneiros.
A decisão de investir na construção da nova ponte internacional está em sintonia com as diretrizes do governo do presidente Jair Bolsonaro, priorizando recursos para obras estruturantes e que deixem um legado para a sociedade.
Além da ponte, Itaipu está viabilizando recursos para outros projetos importantes, como a ampliação da pista de pouso e decolagem do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu e a modernização do Hospital Ministro Costa Cavalcanti (HMCC) – entre outros.
Como vai ser
A Ponte da Integração vai ajudar a aliviar o trânsito de veículos pesados Ponte da Amizade, hoje única ligação entre os dois países sobre o Rio Paraná.
A nova estrutura terá 760 metros de comprimento e vão-livre de 470 metros, com duas torres de 120 metros de altura. A pista será simples, com 3,7 metros de largura de cada lado, acostamento de 3 metros e calçada de 1,70 metro.
O investimento previsto é de R$ 463 milhões, dos quais R$ 323 milhões serão usados na ponte e R$ 140 milhões nas obras da Perimetral Leste, ligação entre a nova ponte e a BR-277. Assim como a ponte, a Perimetral também será totalmente custeada pelo lado brasileiro de Itaipu.
A previsão é que as duas obras sejam concluídas em três anos. O Governo do Estado é responsável pela gestão da construção.
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