Foz à beira de epidemia de dengue. Prefeitura mobiliza mais de 700 servidores para ações de combate

Serão formadas equipes para informar e conscientizar a população sobre a doença, que já tem 752 casos confirmados.

Apoie! Siga-nos no Google News

Já estão confirmados 752 casos de dengue em Foz do Iguaçu. Embora oficialmente ainda não seja uma epidemia – para isso, são necessários 300 casos para cada 100 mil habitantes -, a progressão dos números já "acendeu o alerta para o cenário epidemiológico", informa a Prefeitura.

“Estamos em fevereiro com um número que supera a média histórica do período. Geralmente esses índices são obtidos entre março e abril", diz Carlos de Santi, do Centro de Controle de Zoonoses.

"Alarmante"

Os dados sobre a dengue são resultado de um monitoramento constante da Vigilância Epidemiológica de Foz do Iguaçu que conta com a utilização do canal endêmico, um instrumento de diagnóstico de referência no Paraná.

“Fizemos a média dos últimos dez anos e a curva demonstra que a tendência neste ano é alarmante, porque na verdade nós não saímos da epidemia do ano passado. Tivemos um cenário atípico, com casos no inverno, o que se repetiu em vários lugares (do Paraná)”, explica o chefe da Vigilância Epidemiológica, Roberto Doldan.

O risco, agora, é ainda maior porque há possibilidade de que os moradores desenvolvam casos mais graves da doença.

“As altas temperaturas, intercaladas com períodos de chuva, se somam à circulação de três subtipos de vírus no município de Foz do Iguaçu, o DENV1, 2 e 4. O registro do vírus 4 é bastante recente", alerta Doldan.

Mobilização

Em reunião nesta quarta-feira, 12, a Prefeitura decidiu mobilizar mais de 700 servidores para ações de combate à dengue no sábado, 15, nas áreas da cidade com maior infestação de Aedes aegypti, o mosquito transmissor.

As atividades terão início às 8h e seguirão até as 14h nos seguintes locais: Vila C Velha, Cidade Nova, Curitibano, Três Bandeiras, São João, Portal da Foz,  Morumbi II, Morumbi III,  Campos do Iguaçu,  Jardim São Paulo I, Jardim São Paulo II e  Profilurb II.

Serão formadas 12 equipes, que percorrerão as ruas para conscientizar os moradores, com distribuição de panfletos educativos e formas de manter a dengue longe, que é basicamente cuidando para que o lixo não se acumule nos quintais.

Mudança de hábito

“Nós precisamos convencer a população que é necessária uma mudança de comportamento, tornar hábito os cuidados com a limpeza do quintal. Estamos em uma escala de dengue sem precedentes, que está superlotando o sistema de saúde e precisamos de esforços conjuntos”, afirma o vice-prefeito e secretário da Saúde, Nilton Bobato.

“Mesmo com todos os esforços, continuamos observando um comportamento que se repete. Ao retornar para uma região em que fizemos um mutirão há menos de três semanas, verificamos novamente o descarte irregular de resíduos pela população”, diz.

O Levantamento de Índices Rápido para o Aedes aegypti revelou que 63% dos criadouros pertencem aos grupos B e D2, ou seja, são objetos de fácil remoção (garrafas, vidros, latas, embalagens plásticas), dispostos de forma irregular pela população dentro das próprias casas, o que possibilita o acúmulo de água e aumenta a proliferação do mosquito.

Medidas

Além do canal endêmico, o município vem desenvolvendo uma série de ações, desde o ano passado, para controlar o avanço dos focos do mosquito. O Plano de Contingenciamento inclui a intensificação de capacitações da rede assistencial, mutirões de limpeza e fiscalização, distribuição de novas armadilhas para levantamento da situação entomológica e ações educativas.

A Prefeitura também está instalando novos leitos para atender os casos de dengue no Hospital Municipal Padre Germano Lauck e montando um laboratório de exames na UPA Samek.

As unidades de saúde seguem o protocolo da vaga zero para dengue. O paciente que tiver sintomas da doença terá prioridade no atendimento.

LEIA TAMBÉM

Comentários estão fechados.