Hoje mestranda, acadêmica que entrou ‘perdida’ na UTFPR estuda os sistemas produtivos sustentáveis na Engenharia de Produção

Mariane Bigarelli Ferreira nasceu e cresceu no interior paulista e escolheu a UTFPR para cursar Engenharia de Produção. Ela se formou em 2018 e atualmente é mestranda do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção (PPGEP) da UTFPR-PG.

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Mariane Bigarelli Ferreira nasceu e cresceu no interior paulista e escolheu a UTFPR para cursar Engenharia de Produção. Ela se formou em 2018 e atualmente é mestranda do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção (PPGEP) da UTFPR-PG.

"Quando entrei na UTFPR eu estava bem perdida, não sabia o que eu queria fazer na verdade, mas com o passar do tempo, com as iniciações científicas que fiz, foi despertando o interesse pela pesquisa, e vi que gostava muito e tinha facilidade em escrever. Fiz estágio na DAF, uma referência na fabricação de caminhões, e gostei muito. Meu TCC [Trabalho de Conclusão de Curso] eu fiz lá. Então surgiu a oportunidade do mestrado e agarrei. Minha mãe é professora, aí acho que isso me motivou bastante também, e pretendo lecionar também." 

O TCC de Mariane é um dos fortes candidatos ao prêmio Destaque Novos Engenheiros, da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, programado para 19 de setembro. 

Disciplina permite contato com o mundo industrial

"Efeitos da mudança da relação diferencial em um caminhão extrapesado considerando a perspectiva do ciclo de vida." O nome extenso do Trabalho de Conclusão de Curso de Mariane tem uma grande finalidade também. Ela consegue provar que, se houver uma mudança dos padrões do eixo diferencial dos veículos, é possível reduzir de modo significativo o consumo de diesel e, consequentemente, a extração de petróleo, que é uma atividade altamente impactante ao meio ambiente. O estudo do caminhão mostrou que um veículo, o analisado, com o eixo diferencial adequado, pode reduzir o consumo de cinco mil litros de diesel por ano. Comparando com a frota brasileira, seriam dez bilhoes de litros anuais. 


 

Ela conta que ao conhecer a metodologia da disciplina pensou: "Nossa! Uma matéria que não terá somente aulas teóricas. Um projeto com envolvimento direto das empresas, que diferente e que oportunidade incrível”! Porque, na Engenharia de Produção, a disciplina é ofertada para os últimos períodos do curso, nos quais os alunos estão em busca de oportunidades de estágio.  Assim, a matéria permitiu contato com o mundo industrial, com a profissão na prática, explica Mariane. 

Ela lembra que sua primeira expectativa foi em torno da oportunidade de conhecer como é a engenharia na prática, como funciona uma grande empresa, e depois, "com certeza, pensei na abertura que eu poderia ter dos gestores para possível vaga de estágio. Mas desde o primeiro momento eu sabia que eu teria que me dedicar ao máximo, como sempre, para poder entregar o projeto". 

Por se tratar de uma proposta que envolve alunos de diferentes áreas, Mariane obrigou-se a estudar conteúdos que não faziam parte de sua grade de estudos. "No projeto em que participei, por exemplo, envolvia muita programação, que eu nunca tive contato. Para isso precisei estudar por fora", explica. "Porém era de se esperar que as empresas buscassem projetos assim, com a alta da Indústria 4.0, onde a programação acaba sendo bem mais utilizada devido à automação."

Mesmo com a dificuldade em programar, por ser um grupo multidisciplinar de alunos, os estudantes de Ciências da Computação, com maior conhecimento de programação, ajudavam os colegas. E Mariane acabou dedicando-se mais à parte da gestão do projeto, que é um tema mais voltado para sua área. 

 

No ponto de vista do projeto, aprendi sobre diferentes tipos de programação, como Phyton, Java, C++ e MySQL, por exemplo. Aprendi como funciona a gestão de projetos dentro de uma grande organização, a formalidade de reuniões, pontualidade, apresentações, prestações de contas mediante apresentação das atas. Além disso, tivemos a oportunidade de colocar em prática temas estudados em sala de aula.

Mariane destaca que as aulas teóricas dessa disciplina eram poucas, mas ocorriam por se tratar de um tema relativamente novo e em virtude do avanço de engenharia. "Em uma das aulas, aprendi sobre Computação em Nuvem, Business Intelligence (BI) e Internet das Coisas (IoT). Esses temas me ajudaram muito a obter conhecimento do que o mercado espera com essa quarta revolução industrial, bem como entender o que mercado tem utilizado desses pontos e como ele pode passar a usá-los a seu favor."

"A disciplina, com certeza, me possibilitou um grande amadurecimento como pessoa, como aluna e profissional. Pessoalmente, aprendi a conviver com diferentes mentalidades, situações, e trabalhar sobre pressão. Como aluna, me auxiliou no comprometimento em entregar o projeto da forma mais completa possível e com uma qualidade à altura. E, por fim, como profissional, eu aprendi como uma organização funciona, a formalidade, cumprimento de datas, o que as empresas estão buscando em seus funcionários e para o seu processo produtivo", pondera Mariane. 

 

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