Hotelaria do Paraguai enfrenta “ano dramático”: faltam hóspedes

Embora em menor proporção, fenômeno da queda de hóspedes também é registrado em Foz

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A ocupação média nos hotéis do Paraguai, este ano, atinge apenas 37% do total de leitos. "É um ano dramático para a hotelaria", disse a presidente da Associação Industrial Hoteleira do Paraguai, Cecilia Cartes, na inauguração da Expo Hotel Paraguai, em Assunção, na noite de quarta-feira, 21.

Segundo ela, a situação difícil para o setor é provocada pela "extensa oferta hoteleira", enquanto o número de passageiros que chegam ao país caiu devido à crise política e econômica enfrentada pelos principais "provedores de visitantes de compras", Brasil e Paraguai.

"A ocupação está muito dependente do turismo de compras, o que faz que, quando há algum problema econômico que afete nossos sócios gigantes, interfira com o viajante, que deixa automaticamente de vir a comprar em nosso país", ressaltou a presidente da associação de hotéis.

Foz do Iguaçu

Um fenômeno semelhante ao que ocorre no Paraguai, este ano, acontece em Foz do Iguaçu, onde a ocupação dos hotéis é inferior, de janeiro a junho, na comparação com o primeiro semestre de 2018.

Mas, ao contrário do Paraguai, que viu diminuir o número de turistas, em Foz ocorreu o contrário: os atrativos batem recordes de visitação, na comparação com o mesmo período de 2018.

Nas Cataratas, por exemplo, o crescimento foi de 6,4% no primeiro semestre, com 908.097 visitantes. Foi, aliás, o melhor semestre de todos os tempos.

O Complexo Turístico Itaipu segue o mote: "melhor semestre da história". Foram 444.518 visitantes, 3,1% acima do resultado do primeiro semestre de 2018.

Detalhe: em ambos os principais atrativos de Foz, expectativa é de um ano de recorde, superando 2018, até agora o melhor ano da história da visitação.

Nos hotéis

Já a hotelaria de Foz não acompanha o ritmo. De janeiro a junho deste ano, a ocupação média foi de 57,1%, ante 58,05% nos primeiros seis meses do ano passado.

Embora o resultado não seja ruim, a queda ocorre – como já foi dito – num ano em que o movimento de turistas aumentou. E a ocupação média deveria seguir a tendência, a exemplo de 2018, que teve crescimento na comparação com 2017, inclusive nos primeiros seis meses.

Em 2017, de janeiro a junho, a ocupação média ficou em 56,01%. Quer dizer, em 2018 houve um crescimento em relação a 2017, mas um "volta atrás" em comparação com 2018.

Se o primeiro semestre for comparado com o ano todo, a média até agora está bem abaixo da registrada em 2018, quando a ocupação média atingiu 60,4%. Ao longo de todo o ano passado, em apenas dois meses – maio e junho – a ocupação foi inferior a 50% (49,6% e 47%, respectivamente).

Neste semestre, há uma ocupação média inferior a 50%- em maio, com 48,9%. Em junho, ficou exatamente na marca de 50%.

Mês a mês, como foi o resultado em comparação com os mesmos meses de 2018: em janeiro, a ocupação média foi de 71,2%, ante 75,8%; em fevereiro, de 58%, ante 63,3%; em março e em abril, a ocupação foi ligeiramente superior à desses meses de 2018: 59,3% ante 57,5% e 55,4% ante 55,1%; em maio, foi de 48,9%, ante 49,6% em maio do ano passado. Em junho, de 50%, antes os 47% de junho de 2018.

Em julho, ainda não há divulgação dos dados oficiais. Mas já se sabe que, ao contrário do que esperavam os hoteleiros, o movimento foi inferior ao esperado.

Explicações  

Há várias explicações para o fenômeno da queda, ao longo dos primeiros seis meses deste ano. Elas vão desde o número pequeno de feriadões neste período, que reduz a vinda dos turistas rodoviários, até a concorrência com serviços como o Airbnb, que acaba virando uma competição desleal.

E, à queda na ocupação, soma-se ainda uma redução nas diárias, provocada principalmente pelos sites de viagens, que pressionam os hotéis a reduzir preços, até mesmo abaixo dos próprios custos, para não ficarem com quartos vazios.

Mas isto será tema de uma nova reportagem aqui do H2FOZ.

No Paraguai

A ministra do Turismo, Sofía Montiel de Alfara e Cecília Cartes (blusa branca) descerram a fita da Expo Hotel. Foto Última Hora

Já no Paraguai, a ideia é reduzir a dependência do turismo de compras, com a oferta de produtos "em acordo com os mercados a que queremos chegar", disse Cecilia Cartes.

Outra necessidade, no entender dela, é fazer alianças com o Brasil e a Argentina, para que o Paraguai seja incluído na rota dos visitantes estrangeiros que vêm aos dois países vizinhos. "Precisamos fazer com que os turistas que cruzam o oceano decidam visitar os três países de uma só vez", afirmou.

A ministra do Turismo do Paraguai, Sofía Montiel de Afara, que participou da abertura da Expo Hotel, disse que a conectividade aérea é um fator que aumentar a vinda de turistas. Ela lembrou, por exemplo, que a partir de 15 de dezembro a Latam terá um voo direto entre Assunção e Brasília.

Fontes: Última Hora

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