Jovens paraguaios retêm caminhões que levavam toras de árvores nativas

Movimento iniciado por eles ganhou apoio da população e do prefeito, que exigiram a presença de autoridades ambientais. Desmatamento é intenso na região.

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Começou na sexta-feira à noite. Jovens da localidade de Minga Porã, a 90 km de Ciudad del Este, cansados de ver o desmatamento massivo na região, retiveram três caminhões carregados de toras de madeira de espécies nativas.

Na segunda-feira, 26, o movimento ganhou apoio dos moradores da cidade, do prefeito e de alguns vereadores, que engrossaram a manifestação e exigiram a intervenção da unidade especializada em meio ambiente de Ciudad del Este e também de funcionários do Instituto Forestal Nacional (Infona).

Por insistência dos moradores, o promotor especializado em crimes ambientais, Sergio Irán Villalba, com uma equipe que incluiu técnicos do laboratório forense, foi ao local para verificar as cargas dos três caminhões.

A intenção é determinar de qual propriedade se extraiu a madeira, se houve danos ecológicos, se as árvores tinham a medida certa para o corte, bem como as espécies, volume, origem e destino, que são dados que devem constar obrigatoriamente nas guias emitidas pelo Infona.

Segundo denúncias, as "guias florestais", muitas vezes, legalizam o tráfico de madeira, com cumplicidade de funcionários do Infona. Os moradores não têm plena confiança na instituição.

O prefeito de Minga Porã, Clementino Portillo, disse que é grave o que está acontecendo e aguarda as ações das autoridades competentes para pôr fim aos crimes ambientais.

"Se é verdade que (os donos da carga) têm todos os documentos e permissões, é muito grave que tenham autorizado a derrubada destas árvores, que estimamos tenham uns cem anos. Todos dependemos do meio ambiente e é muito grave que continuem derrubando árvores deste tipo, é como perder uma vida", lamentou o prefeito.

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