Margem paraguaia de Itaipu recupera área protegida devastada por invasores

Policiais e promotores participaram da operação para desocupar área invadida, mas já não havia ninguém no local.

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H2FOZ – Cláudio Dalla Benetta

A margem paraguaia de Itaipu voltou a tomar posse da faixa de proteção do reservatório da usina, na região de Puerto Índio, a mais de 100 km de Ciudad del Este

A área havia sido invadida há alguns meses. Os ocupantes ilegais devastaram e queimaram 11 hectares de mata nativa, inclusive às margens do reservatório.

O assentamento feito pelos invasores foi encontrado vazio pelos policiais e promotores que acompanharam os guardas-florestais de Itaipu, na manhã desta sexta-feira, 3.

Ainda nesta sexta, técnicos de Itaipu iniciaram o plantio de espécies nativas para recuperar a área, onde até  mesmo armadilhas para animais foram encontradas. Recentemente, uma onça-parda, espécie em extinção, foi encontrada numa dessas armadilhas.

Inspeção na área devastada não encontrou ninguém. Foto Itaipu Paraguai
Plantio na área desmatada foi iniciado ainda nesta sexta. Foto Itaipu Paraguai
O diretor-geral paraguaio de Itaipu, Ernst Bergen, e mais quatro diretores da margem paraguaia acompanharam a operação. Devatação chegou à margem do reservatório. Foto  Itaipu Paraguai

Pedido de ajuda

Em seu site na Internet, a Itaipu no Paraguai havia publicado, no dia 23 de junho, uma matéria em que cobrava das autoridades paraguaias providências para acabar com as invasões de suas áreas protegidas, fundamentais para a manutenção do equilíbrio ambiental na região e para garantir a principal matéria-prima da usina, a água.

A operação desta sexta-feira, como informou a Itaipu em sua página no Facebook, foi autorizada pela promotora Olga Melgarejo.

Também no Facebook, Itaipu informa que já está trabalhando com  instituições sociais para o assentamento definitivo das pessoas desalojadas em terreno fora da área de proteção do reservatório, "cumprindo as disposições do governo de oferecer uma solução integral à comunidade".

Atualização: A propósito das pessoas que ocupavam a área, o diretor-geral paraguaio de Itaipu, Ernst Bergen, disse que será procurado um local melhor onde possam viver.

"Eles (invasores) são vítimas de um problema sistêmico no país", disse Bergen. "Desejamos que esses compatriotas que desalojamos hoje encontrem uma vida melhor. São paraguaios, há mulheres, há crianças, que estão vivendo momentos difíceis. Como sociedade, devemos buscar melhores oportunidades, um melhor lugar para viver, e ajudar para dar uma vida melhor para essa gente", afirmou.

Nenhum invasor foi encontrado na área, só os sinais da ocupação. Foto Itaipu Paraguai

Novo plano diretor

No final de junho, a Itaipu Binacional (duas margens) aprovou um novo Plano Diretor de Gestão Ambiental, que define diretrizes e forma de ações para proteger as áreas de mata nativa que mantém no Brasil e no Paraguai e, também, a faixa de proteção do reservatório da usina.

Além de destruir a mata, invasores praticavam peça e caça clandestina. Onça-parda foi vítima de armadilhas. Foto Itaipu Paraguai

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