Medidas que Paraguai pretende adotar não animam comércio de Ciudad del Este

Governo pretende fazer uma “reconversão comercial e produtiva da região”, porque o modelo de triangulação (importar pra vender ao Brasil) “está esgotado”.

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H2FOZ  – Cláudio Dalla Benetta

Os empresários de Alto Paraná, em especial de Ciudad del Este, discordam das medidas que o governo paraguaio está analisando para reativar a economia regional e nacional.

A principal demanda de Ciudad del Este, no momento, é a reabertura da fronteira com Foz do Iguaçu, que não é considerada pelo governo "devido à grave situação sanitária do Brasil", como informa o jornal Última Hora.

O vice-ministro de Economia, Humberto Colmán, afirma que dos negócios de fronteira, especialmente en Ciudad del Este, é um problema que decorre do modelo comercial adotado na região, que se está esgotando.

Ele disse que o plano de reativação proposto pelo governo busca uma reconversão comercial e produtiva da região, com estratégias que se baseiam principalmente em dois pontos: renovação da infraestrutura e comércio eletrônico.

A melhoria da infraestrutura atual e dos serviços, segundo o ministro, é para que as pessoas não venham às fronteiras apenas para comprar produtos a preços mais baixos, mas também para que aproveitem os atrativos para passar o dia. Com isso, haveria também maior movimento em setores como hotéis e restaurantes.

Em relação ao comércio eletrônico, o ministro disse que plataformas digitais estão sendo analisadas, para facilitar as transações, com novos planos promocionais e facilidades de compra. Afirmou que hoje existe um temor generalizado das compras presenciais, por isso é fundamental oferecer opções ao cliente, para aumentar o consumo.

O governo estuda ainda uma diminuição das taxas de importação, para baratear os preços dos produtos.

Já não estava bom antes

"É preciso lembrar que desde antes da pandemia já havia uma perspectiva nada favorável ao comércio de triangulação (importar para vender aos compradores brasileiros). Com o plano de reativação, o que buscamos é um novo modelo que permita melhorar o comércio e manter os empregos", acrescentou

O ministro disse também que é difícil mensurar a quantidade de recursos que serão injetados para reativar o comércio de fronteira, dentro do plano de reativação.

Segundo Humberto Colmán, as obras viárias que o Ministério de Obras Públicas vai implementar em várias regiões vão gerar mão de obra e têm um efeito multiplicador.

"Além disso, há as políticas sociais que vamos levar adiante", disse, citando como exemplo o programa Pytyvõ, que oferece ajuda monetária a trabalhadores informais. Na primeira etapa, o programa beneficiou 170 mil pessoas em Alto Paraná. "Esse programa vai continuar", garantiu.

Taxas e impostos

O vice-ministro de Tributação do Paraguai, Óscar Orué, disse que é fundamental modificar as taxas que são cobradas hoje pela Diretoria Nacional de Aviação Civil ou pelos Portos para importação, que impactam no acusto final dos produtos ofertados.

Disse que, como os impostos internos são muito baixos – chegam a apenas 1% nas áreas limítrofes -, não há margem para uma diminuição.

"Os imapostos que são pagos hoje já são muito baixos, se se compara com o Mercosul. Mas, sim, há outras taxas que se cobram por peso ou por retenções, que vemos que não têm muito sentido e terminam por encarecer os custos aos consumidores", concluiu Orué, segundo o Última Hora.

Reativação da economia do país

Said Taigen

Para reativar a economia paraguaia, o Ministério da Fazenda está preparando um plano que inclui um investimento wntre US$ 2 bilhões e US$ 2,5 bilhões, a serem aplicados em obras públicas, novas linhas de financiamento e ampliação dos programas de assistência.

Mas as amedidas, de qualquer forma, não agradaram a Câmara de Comércio e Serviços de Ciudad del Este.

O presidente da Câmara, Said Taigen, disse que "não são suficientes para os desafios que estamos enfrentando atualmente".

Ele disse que o comércio de triangulação move milhões de dólares e que, se não se escutar o setor empresarial, estão em risco milhares de empregos e uma paralisação importante da economia.

"Isso tamnbém quer dizer menos ingressos para o Fisco", alertou, sempre de acordo com reportagem do Última Hora.

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