No confronto táxis x Uber/Muver, em Ciudad del Este, aplicativos vencem batalha

Prefeito de Ciudad del Este determinou que os carros por aplicativo retidos pela Polícia de Trânsito fossem liberados.

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A tática dos taxistas de Ciudad del Este, de cercar carros usados para transporte por aplicativos, para depois chamar a Polícia de Trânsito para tirá-los das ruas, não deu certo.

Na quinta-feira, 23, já quase à noite, o prefeito Miguel Prieto mandou liberar três veículos que estavam em depósito, sem o pagamento de qualquer tipo de multa.

Uma ex-assessora da Prefeitura, Magdalena Montiel, explicou ao ABC Color por que não se pode multar os carros de aplicativos: porque nem os taxistas de Ciudad del Este pagam qualquer imposto especial pra poder operar.

"Se um MUV ou Uber vai à municipalidade e diz: 'quero pagar imposto para rodar tranquilamente', não lhe vão cobrar, porque não existe nenhum tributo especial. O táxi, o MUV e o Uber são transportes coletivos privados, deveriam ser tributados, mas não existe um imposto específico para eles", disse Montiel.

No Paraguai, os taxistas pagam apenas uma taxa pelo uso da identificação especial nos veículos. Há projetos que preveem cobrança pela ocupação de espaços públicos pela utilização de paradas, mas na prática isso não acontece.

E os táxis ainda têm vantagem de pagar menos impostos. Em Assunção, por exemplo, eles pagam de tributos 80 mil guaranis (R$ 52) duas vezes por ano, enquanto os motoristas comuns pagam 200 mil guaranis (R$ 128).

É com base nisso que a Uber, em Ciudad del Este, protestou contra as intervenções da Diretoria de Trânsito Municipal, considerando que são absolutamente ilegais.

"No Paraguai, o serviço de transporte através de plataformas se enquadra em um marco de legitimidade, e não há lugar para segundas interpretações. Trata-se de uma indústria lícita, legalmente protegida", diz o comunicado da Uber.

Depois da liberação dos três veículos, sem qualquer pagamento de multa, a Prefeitura de Ciudad del Este parece ter concordado com as alegações das plataformas de transporte.

Mas os taxistas, logicamente, não se conformam. Eles disseram ao ABC Color que não ficarão de braços cruzados e farão uma manifestação, ainda sem data marcada.

A guerra continua, ainda mais que há interesses políticos em jogo. Em ano de eleição, vereadores procuram apoiar a maioria – os taxistas – pra conseguir mais votos.

Vamos ver como o jogo – ou a guerra – termina.

Fontes: ABC Color, Última Hora e Hoy

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