Nos 35 anos do Refúgio Bela Vista, uma apresentação especial: duas novas oncinhas

É um casal, o macho igual ao pai, Valente, que é pintado; a fêmea, igual à mãe, Nena, que é melânica. Eles são irmãos de Nena, que nasceu em 2016.

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O Refúgio Biológico Bela Vista, que está comemorando 35 anos de criação nesta quinta-feira, 27, orgulhosamente apresentou ao público mais um resultado do trabalho que desenvolve na área de fauna: duas oncinhas nascidas em cativeiro.

Os bebês, que são filhos do casal Nena e Valente, são uma fêmea melânica, de pelugem negra como a mãe, e um macho pintado, como o pai.

Os filhotes são irmãos de Cacau, que nasceu em 2016.

Com a chegada dos novos integrantes, a equipe da reserva de Itaipu já começa a estudar a possibilidade de desenvolver um programa de repovoamento da espécie, no bioma da Bacia do Rio Paraná.

“Por enquanto, estamos nos dedicando à reprodução em cativeiro, para formação de um banco genético vivo que nos permita, depois, fazer a reinserção desses animais na natureza”, informou o diretor de Coordenação de Itaipu, Luiz Carbonell. “Esse é o futuro”, afirmou.

Como toda criança, a oncinha não gosta de banho e muito menos do secador. Foto Patrícia Iunovich

O veterinário do Refúgio, Zalmir Cubas, explicou que essa reinserção será um trabalho que envolverá várias instituições. “Para ter início, precisamos de boas matrizes, então esses novos indivíduos podem se tornar reprodutores para que possamos fazer a reintrodução das espécies nascidas em cativeiro”, disse.

Segundo o veterinário, os filhotes nasceram entre os dias 1º e 2 de junho, mas foi necessário aguardar alguns dias para pesar, medir e implantar chips de identificação nos filhotes, sem estressar a mãe.

Pelo menos por três meses, até ganhar peso, eles vão ficar reclusos com a mãe, separados do pai, que vai ficar numa boa no recinto especial.

“Eles são saudáveis e pesam cerca de 3,5 quilos, (mas vão ficar) separados do pai, por mais três meses para que possam ganhar peso e enfrentar com tranquilidade essa primeira fase de desenvolvimento”, disse Cubas.

 

A fêmea é da cor da mamãe, melânica (preto com manchas). Foto Patrícia Iunovich
O filhote macho, pintado como o papai, Valente. Foto de Alexandre Marchetti

Cacau e irmãos 

O destino de Cacau, a irmã mais velha, é a reserva paraguaia de Itaipu, para conviver com um macho e evitar, assim, que a reprodução aconteça entre indivíduos consanguíneos.

Ela vai para o Paraguai na mesma época em que os filhotes serão levados para as áreas abertas, dentro de três meses. “Eles serão expostos ao público e, então, lançaremos uma campanha para a escolha dos nomes, assim como fizemos com a Cacau”, disse Cubas.

A assessoria de comunicação da Itaipu Binacional informou que não está definido se a campanha será feita pelas redes sociais, como em 2016, mas logo fará a divulgação das regras.

“É muito importante que a sociedade acompanhe de perto o desenvolvimento desses animais, pois a educação ambiental é uma importante ferramenta de preservação dos biomas”, finalizou o veterinário.

Valente, o papai, numa boa, com o recinto só pra ele. Foto Patrícia Iunovich

O Refúgio

Imagem aérea do Refúgio, feita por  Jarbas Aguinaldo Teixeira, Itaipu. 

Há exatos 35 anos, em 27 de junho de 1984, era criado o Refúgio Biológico Bela Vista (RBV) de Itaipu, que ocupa uma área de 1.780 hectares. 

Desde então, a unidade tem contribuído para a conservação da fauna e da flora regional e servido de inspiração para outras hidrelétricas.

Passadas mais de três décadas desde a sua criação, o RBV integra e é reconhecido como um posto avançado da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA). 

O refúgio também compõe o Corredor de Biodiversidade do Rio Paraná, que conecta o Parque Nacional do Iguaçu às áreas protegidas da Itaipu e ao Parque Nacional de Ilha Grande. 

Boa parte da vegetação que hoje é floresta eram áreas de pastagens e gramíneas, que foram recompostas por Itaipu.

Fontes: Agência Brasil, JIE e Assessoria de Itaipu

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