Números da pandemia: como estão o Paraná, o Brasil e os países vizinhos

Brasil estabilizou número de mortes, mas num platô elevado. Números no Paraná e em Foz do Iguaçu estão subindo muito rápido.

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H2FOZ – Cláudio Dalla Benetta

No final de semana, é importante se debruçar sobre os números da pandemia, pra se ter uma ideia mais precisa sobre a situação que enfrentamos agora, em Foz do Iguaçu e no Paraná, na comparação com o Brasil, os países vizinhos e o mundo.

Não dá pra se iludir: a situação em Foz não é dramática, mas é preocupante. No Paraná, em número de casos, já estamos proporcionalmente iguais à média brasileira; mas em mortes, felizmente, o percentual é bem mais baixo. Vamos começar com o Brasil.

Até esta sexta-feira, 10, o Brasil somava 1.800.827 casos e 70.098 mortes. Os números absolutos colocam o Brasil no 2º lugar no ranking mundial, mas, considerando a população, está em 11º lugar. Países menos populosos, na Europa e na América Latina, têm proporcionalmente mais casos que o Brasil.

O mesmo acontece em relação às mortes. O número absoluto deixa o Brasil também em 2º lugar, mas proporcionalmente somos o 12º. Já, já vamos comparar com o 1º lugar em casos e mortes, os Estados Unidos.

A mortalidade por milhão de habitantes é encabeçada, pela ordem:

Bélgica – 842 mortes
Reino Unido – 644
Espanha – 606
Itália – 575
Suécia – 528
França – 457
Estados Unidos – 385
Holanda – 357
Irlanda – 352
Chile – 298
Peru – 293
Brasil – 268

A relação é esta, mas o quadro preparado pela Agência Brasil não está muito legível:

Nos países europeus que aparecem na lista, a pandemia se estabilizou e, portanto, o número de mortes caiu quase a zero. No Brasil, Estados Unidos, Chile e Peru, casos continuam crescendo. E as mortes também.

Independentemente de comparações, o número de mortes no Brasil é elevado: de quinta para sexta-feira, foram mais 1.214 óbitos, o sexto recorde desde o início da pandemia. É o que preocupa os epidemiologistas: o número parece ter se estabilizado, mas num patamar (ou "platô") muito elevado. Se permanecer mais tempo nesse platô, em mais 30 dias passaremos de 100 mil mortos pela covid-19.

Segundo o Ministério da Saúde, há ainda 4 mil mortes em investigação. Há, também, 651.666 pessoas em acompanhamento e, do total de casos, 1.078.763 se recuperaram, como divulgou a Agência Brasil.

O maior número de mortes, pela ordem, foi registrado em São Paulo (17.442), Rio de Janeiro (11.280), Ceará (6.777), Pernambuco (5.482) e Pará (5.224). As unidades da Federação com menos óbitos pela pandemia são Mato Grosso do Sul (146), Tocantins (245), Roraima (393), Acre (417) e Santa Catarina (459). O Paraná já esteve entre os estados com menos mortes.

São Paulo também lidera entre os estados com maior número de casos confirmados, com 359.110, seguido por Ceará (133.546), Rio de Janeiro (129.443), Pará (122.674) e Bahia (101.186). As unidades da Federação com menos pessoas infectadas registradas são Mato Grosso do Sul (12.261), Tocantins (14.509), Acre (15.768), Roraima (21.220) e Rondônia (26.000).  

Estados Unidos x Brasil

Imagem Pixabay

Um comparativo com o "primeirão" em casos e mortes explica por que os Estados Unidos estão lá na frente, com  3.184.722 casos e 134.098 mortes, de acordo com o painel on line da universidade americana Johns Hopkins, de onde retiramos os números da pandemia para outros países.

Em relação à população, o número de casos nos Estados Unidos mostra que 1 em cada 100 americanos tem a doença. No Brasil, o índice é de 0,8%. Já as mortes equivalem a 0,04% da população americana, enquanto no Brasil está abaixo, em 0,03%.

A letalidade da covid-19 (número de mortos em relação aos casos) também é menor no Brasil: aqui, representa 0,03% do total de casos; nos Estados Unidos, 0,04%.

América Latina

Países da América do Sul sobem no ranking da covid-19.

Antes de falarmos dos países vizinhos ao Paraná, destacamos que, no painel on line, países da América Latina foram ocupando progressivamente as colocações que antes eram dos europeus.

Em casos confirmados, além do Brasil, em 2º lugar, aparecem o Peru, em 5º; o Chile, em 6º; e o México, em 8º. Em mortes, o Brasil está em 2º, o México em 5º (34.191 óbitos) e o Peru em 10º (11.500).

Agora, os vizinhos

A situação do Paraguai, mesmo com um aumento de casos, nas últimas semanas, ainda é confortável. O país está entre os últimos do ranking, com 2.736 casos e 20 mortes. Em mortes, está melhor que o Uruguai, com registro de 29 óbitos; mas perde em casos – o Uruguai tem apenas 985.

Já a Argentina, com 94.060 casos, já passou a China e a Bélgica, por exemplo. Mas continua relativamente bem, embora em mortes – 1.774 – esteja agora à frente de Bolívia e Portugal.

Na Argentina, a doença atingiu 0,2% da população; as mortes por covid-19 representam 0,004% do total de habitantes. E a letalidade – mortes pela doença – é baixa, de 1,8%.

No Paraguai, os casos correspondem a 0,03% da população, e as mortes a apenas 0,0002%. A letalidade pela doença é ainda mais baixa que na Argentina, de apenas 0,7% do total de casos.

O Paraná e Foz do Iguaçu

Paraná já tem o percentual de casos confirmados de covid-19 igual à média brasileira.

Vale comparar os dados da Argentina e Paraguai com os do Paraná, que somava, até sexta-feira, 39.064 casos e 961 mortes.

Os casos atingem 0,3% de casos na população paranaense, e as mortes correspondem a 0,008% (maior que na Argentina e menor que no Paraguai). A letalidade da covid-19 é de 2,4%, maior que nos dois países vizinhos.

Em Foz do Iguaçu, até sexta, havia o registro de 1.622 casos confirmados e 16 mortes. Com esses números, a doença atinge 0,6% da população (o dobro da média paranaense) e as mortes a 0,006% (inferior à média do Paraná).

A letalidade – pra não haver dúvidas, significa o número de mortes pelo total de casos – em Foz do Iguaçu é de 0,98%, também um índice baixo.

16º óbito em Foz foi registrado no Hospital Municipal Padre Germano Lauck, neste sábado. Foto AMN

Importante é destacar, sempre, que os números de Foz não são assustadores, são preocupantes. Que o número de casos, no Paraná, já se igualou, proporcionalmente, à média brasileira, o que não é um bom indicador.

Conforme matéria distribuída na sexta pela Agência Estadual de Notícias, na sexta-feira o Paraná registrou  2.063 novas confirmações e 47 mortes pela infecção causada pelo novo coronavírus.

O Estado tem hoje 800 pacientes internados com diagnóstico confirmado. Desse total, 644 pacientes estão em leitos SUS (242 em UTI e 402 em leitos clínicos/enfermaria) e 156 em leitos da rede particular (57 em UTI e 99 em leitos clínicos/enfermaria).

Há outros 1.046 pacientes internados, 521 em leitos UTI e 525 em enfermaria, que aguardam resultados de exames. Eles estão em leitos das redes pública e particular e são considerados casos suspeitos.

Os óbitos confirmados são de pessoas internadas. São 22 mulheres e 25 homens, com idades que variam de 23 a 96 anos. As mortes ocorreram entre os dias 22 de junho a 10 de julho.

Os pacientes que morreram residiam em Cascavel (7), Londrina (4), Maringá (3), Arapongas (3), Curitiba (3), Foz do Iguaçu (3), Rio Branco do Sul (2), Fazenda Rio Grande (2), Cambé (2) e Astorga (2).

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