Operação da Polícia Federal de Foz ataca lavagem de dinheiro e evasão de divisas

Grupo investigado é acusado de ter enviado ao Paraguai R$ 65 milhões em recursos ilegais, por meio de sistema conhecido como como “dólar-cabo”.

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H2FOZ – Paulo Bogler 

A fim de desarticular um grupo acusado de envolvimento em lavagem de dinheiro e evasão de divisas, a Polícia Federal em Foz do Iguaçu lançou nesta sexta-feira, 31, a operação denominada “Ação Dourada”. Conforme a apuração, foram movimentados R$ 65 milhões – de “origem ilícita” – por meio de contas dos investigados, entre 2010 e 2017.

Em andamento desde 2014, a investigação aponta que o grupo é “liderado por um operador financeiro, que utilizava contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas”. Com isso, expôs a assessoria da PF, era possível movimentar elevados valores de “pessoas interessadas em adquirir a disponibilidade financeira no Paraguai”. 

Os policiais federais executaram três ordens de busca e apreensão, expedidas pela 14ª Vara Federal em Curitiba. São imputados aos acusados os crimes de:

– lavagem de dinheiro;

– evasão de divisas; e

– operação irregular de instituição financeira.

“Ação Dourada”, a denominação da operação policial, remete ao nome, em inglês, de duas correspondentes cambiais vinculadas ao grupo investigado pela Polícia Federal. 

Como funciona

Pessoas e empresas de várias partes do Brasil, entre as quais traficantes de drogas, empresários e “cigarreiros”, necessitam enviar dinheiro para o Paraguai. Isso era preciso para a obtenção de drogas, mercadorias comercializadas no país vizinho e cigarros. “O dinheiro ‘sujo’ era inicialmente creditado nas contas controladas pelo grupo criminoso”, desvendou a PF. 

“Em seguida, após o contato com algum operador financeiro sediado no Paraguai, a disponibilidade financeira do equivalente em moeda estrangeira é liberada no exterior”, diz o informe da Polícia Federal. Esses valores pagavam a dívida dos brasileiros que remeteram valores para as contas investigadas relacionadas aos fornecedores paraguaios.

“Considerando que não há, em regra, a saída física de moeda dos países envolvidos, essa composição de interesses que ocorre por meio do sistema internacional de compensação paralelo, sem registro nos órgãos oficiais, é conhecido como dólar-cabo”, informou a assessoria de comunicação da Polícia Federal. 

(Com informações da Delegacia de Polícia Federal em Foz do Iguaçu)
 

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