Parque das Aves libera 300 periquitos resgatados de contrabando, maus-tratos e tráfico animal em novo Viveiro

Batizado de Cecropia, recinto tem 5 mil metros quadrados, sendo um dos maiores do mundo e vai abrigar periquitos e tucanos

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Nesta terça-feira (31), 300 periquitos resgatados de contrabando, maus-tratos e tráfico vão receber um novo lar no Parque das Aves. O viveiro batizado de Cecropia é um dos maiores do mundo e será um espaço de aprendizado, contemplação e interação, no qual, o visitante poderá alimentar aves, proporcionando uma conexão com os animais.

As aves vieram de diversos centros de resgate de todo o Brasil, além de muitos zoológicos, e refletem a triste realidade do hábito de adquirir ilegalmente animais silvestres como bichos de estimação, prática que financia o tráfico de animais. As aves recebidas de situações de apreensão chegam ao Parque, muitas vezes, em péssimas condições, com feridas pelo corpo, asas cortadas e membros em geral parcialmente amputados, que as deixam sem condição de voo, bicos quebrados e, algumas vezes, cegas.

Esses animais estavam em diversos ambientes pelo Parque e, com o término das obras do Viveiro Cecropia, foram transferidos para o manejo do local. Segundo Paloma Bosso, diretora técnica do Parque das Aves, esse é projeto de relevância e importância no apoio ao abrigo à fauna vitimada no país. Nesse viveiro elas têm uma nova oportunidade de ter um lar.

Fundadora do Parque das Aves, Anna Croukamp, aguarda a soltura – Foto: Parque das Aves

“Trabalhamos muito no planejando de toda a estrutura, desde a concepção do projeto até a chegada e adaptação dos grupos de animais provenientes de várias instituições do Brasil”, conta a veterinária que é especialista em comportamento e bem-estar animal.

Nesse primeiro momento, o viveiro não será aberto ao visitante por dois motivos: primeiro porque o atrativo está fechado por conta da pandemia do coronavírus (Covid-19); e segundo porque a equipe técnica segue trabalhando no monitoramento para adaptação das aves no novo ambiente.

“Antes de serem transferidos para o novo viveiro já estávamos monitorando o comportamento dos animais para entender como eles poderiam ficar melhor. A equipe ambientou o local e fez um amplo trabalho de enriquecimento ambiental e condicionamento para melhor adaptação, e assim manter uma boa qualidade de vida e estimular comportamentos típicos para cada uma das 12 espécies atualmente no recinto”, conta Paloma.

Futuramente, outras aves também irão integrar o viveiro, como araçaris, tucanos-toco e preguiças.

Abertura para o visitante

A diretora administrativa do Parque, Jurema Fernandes, conta que tudo foi pensado para uma melhor experiência do visitante, desde o caminho da passarela, até onde as aves vão pousar, melhor ângulo de visão dos visitantes e os conteúdos educativos passados a eles.

“A expectativa agora é na reabertura do Parque e pensar na experiência que vamos entregar ao nosso visitante, levando em consideração a conexão que pode ter com a natureza”, diz Jurema.

Método de construção

O viveiro levou dois anos até ficar pronto e foi estudado e estruturado sem nenhum dano à floresta. Por isso, foi feito sem a utilização de grandes máquinas, nem a derrubada de árvores. Aliás, as árvores fazem parte do design e ambientação para que os animais tenham o melhor ambiente possível para viver.

Ao todo 30 profissionais, especializados em construção sustentável em ambiente florestal, foram recrutados para o desenvolvimento do viveiro. Toda a estrutura, peças e colunas foram fabricadas pela equipe e levadas pelos trabalhadores com as próprias mãos para evitar a entrada de caminhões que compactassem o solo.

Equipe de colaboradores ainda na ativa no Parque das Aves parou suas atividades hoje para conferir a soltura – Foto: Parque das Aves

“O viveiro está inserido dentro da Mata Atlântica, por isso foi concebido com métodos construtivos sustentáveis, sem danos ao ecossistema”, diz Carmel Croukamp, diretora geral do Parque das Aves.

Sobre o Parque das Aves

Com 25 anos de atuação e 250 colaboradores, o Parque das Aves é a única instituição do mundo focada na conservação de aves da Mata Atlântica. Possui 16 hectares de mata restaurada, 1.300 aves de 130 espécies diferentes, com três viveiros de imersão e um borboletário. O objetivo do Parque das Aves é atuar investindo significativamente para criar um impacto positivo para as aves da Mata Atlântica, principalmente as 120 espécies e subespécies em risco de extinção. O Parque das Aves recebe 830 mil visitantes por ano, sendo um dos atrativos mais visitados de Foz do Iguaçu.

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