H2FOZ – Cláudio Dalla Benetta
A polícia do Paraguai fez uma megaoperação em Encarnación, cidade na fronteira com a Argentina, a 300 km de Ciudad del Este, para desbaratar uma quadrilha dedicada à sextorsão (uso de fotos íntimas da vítima pra exigir dinheiro).
Cinco pessoas foram presas, segundo o jornal ABC Color. O promotor Federico Delfino informou que, durante as buscas, encontraram a impressora e selos falsificados da Polícia Nacional, com os quais os criminosos fabricavam denúncias para extorquir as vítimas.
Só durante a quarentena a quadrilha arrecadou cerca de 200 milhões de guaranis (cerca de R$ 160 mil), pelos cálculos de Federico Delfino.
Além dos detidos, o promotor disse que há muito mais pessoas investigadas, por isso as operações policiais vão continuar.
Pelo menos dez vítimas foram identificadas, mas a lista é bem maior, assegurou Delfino.
Como agiam
O promotor contou que a ação da quadrilha começa com a criação de perfis falsos de mulheres no Facebook. Depois de encontrar a pessoa ideal para ser a possível vítima (um homem de classe média, casado), a "mulher" solicitava amizade.
Depois de várias mensagens pelo Messenger, o meio de comunicação entre o criminoso e a vítima passava a ser o WhatsApp. As mensagens ganhavam cada vez mais conotação sexual.
O extorquidor mandava então fotos íntimas da tal mulher e pedia que a vítima fizesse o mesmo.
Era nesse ponto que o homem, a vítima, recebia uma ligação de um suposto promotor, policial ou jornalista, que lhe dizia ter conhecimento de que a mãe de uma garota havia feito denúncia contra ele.
Era então ameaçado de pornografia, pedofilia ou abuso sexual. A quadrilha chegava a encaminhar pelo WhatsApp uma denúncia falsificada com a assinatura de um suposto delegado de polícia.
O arremate era óbvio: a denúncia seria esquecida se a vítima pagasse determinada quantia.
A prática de sextorsão é um crime que vem crescendo em todo o mundo, depois que as pessoas passaram a trocar "nudes". A palavra vem da união de sexo com extorsão, quando a vítima é ameaçada de ter suas fotos divulgadas se não pagar alguma quantia.
No caso da quadrilha paraguaia, a ameaça foi além, envolvendo falsificação de documentos para mostrar que a vítima já estava enquadrada em algum crime.
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