Refugiados e portadores de visto humanitário podem se candidatar a vagas na Unila

A instituição oferece vagas em um dos 29 cursos de graduação. As inscrições estão abertas até o dia 18 de julho e são gratuitas.

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Portadores de visto humanitário ou pessoas com status de refugiado de qualquer nacionalidade, que já residam no Brasil, podem se candidatar a uma vaga em um dos 29 cursos de graduação da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila). 

As inscrições estão abertas até o dia 18 de julho, são gratuitas e devem ser feitas diretamente na página http://bit.ly/editalrefugiados2020.

Para participar da seleção, os candidatos devem ter status de refugiado, serem solicitantes de refúgio ou portadores de visto humanitário reconhecido pelo Brasil. 

O edital também pede que o candidato tenha concluído o ensino médio, não possua vínculo ativo com a Unila e tenha, no mínimo, 18 anos até 1º de fevereiro de 2020. A Universidade exige, ainda, que os candidatos residam há mais de seis meses no Brasil ou apresentem certificado de proficiência em língua portuguesa.

Todos os estudantes selecionados por esse edital deverão estar em Foz do Iguaçu em fevereiro de 2020 para os procedimentos de matrícula.

A previsão é de que as aulas tenham início em março. A data será divulgada posteriormente, no calendário acadêmico da Unila.

Após serem convocados e matriculados, os refugiados e portadores de visto humanitário poderão solicitar os auxílios estudantis do Programa de Assistência Estudantil da Unila. O quantitativo de vagas para os auxílios de moradia, alimentação e transporte dependerá da disponibilidade orçamentária da Universidade para o próximo ano.

Este é o segundo ano consecutivo que a Unila faz o processo seletivo especial para imigrantes refugiados e com visto humanitário. 

Sírio faz Medicina

Em 2019, ingressaram na Universidade 18 estudantes vindos de países como Venezuela, Angola, Guiné-Bissau, Paquistão e Rússia. 

O sírio Ali Fardhoudh fez parte dessa primeira turma. Ele é aluno do primeiro ano de Medicina.

“Nos últimos anos em que estive na Síria, eu vi a importância do trabalho dos médicos e a falta que eles fazem em regiões de conflito. É uma profissão muito humana, dedicada a ajudar o próximo. Meu objetivo é me formar para conseguir ajudar os outros, da mesma maneira que fui ajudado na minha jornada”, explicou o aluno, que pretende atuar como médico cardiologista.

Ali Fardhoudh contou que se mudou sozinho para o Brasil em 2017. O pai continua na Síria e é impedido de sair do país por ser funcionário público. Na Unila, ele participou da seleção graças ao incentivo da ONG África do Coração, de São Paulo. 

“Foi difícil pra mim me acostumar a uma nova língua e a outra cultura. Mas foi uma mudança necessária. Eu vim para o Brasil porque, se ficasse no meu país, seria obrigado a ser um soldado do exército sírio. Eu não queria que esse fosse meu único destino. Sou grato ao Brasil, por ser esse país abençoado onde temos liberdade e podemos viver em paz”, contou.
 

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