H2FOZ – Cláudio Dalla Benetta
O senador paraguaio Paraguayo Cubas apresentou nesta quinta-feira, 28. no plenário do Senado, um projeto de lei para legalizar o cultivo, a comercialização, o uso medicinal e recreativo da cannabis, popularmente conhecida como maconha.
Segundo o senador, a política de proibição da maconha não tem provocado resultados positivos, apenas negativos.
"(A proibição) não fez mais que propiciar o crescimento da violência em várias zonas do país, assim como a criminalização de setores sociais vulneráveis por causa de atividades relacionadas com a cannabis e, sucessivamente, o encarceramento massivo por delitos não violentos relacionados com o consumo e a venda de drogas de baixo impacto", justificou o senador.
Disse ainda que, apesar da forte perseguição do governo a crimes relacionados à maconha, longe de ocorrer uma diminuição, registra-se um incremento das atividades de organizações criminosas.
Para o senador, o problema da maconha não deve ser abordado do ponto de vista de segurança pública, mas de saúde pública.
O parlamentar disse que seu projeto prevê a criação de um cadastro de consumidores e autoprodutores de maconha e um acompanhamento para regular as atividades comerciais. Ele disse que haverá até mesmo um crescimento do Produto Interno Bruto do país, já que o Paraguai é um dos maiores produtores de maconha do mundo.
Na América do Sul, já há a experiência do Uruguai, um país tradicionalmente liberal, que legalizou o autocultivo e o uso recreativo da maconha. Mas os paraguaios, ao contrário dos uruguaios, são extremamente conservadores. O projeto do senador deve ir para alguma gaveta.
Polêmico
O que não ajuda também a levar tanto a sério o projeto é que Paraguayo Cubas é um dos políticos mais polêmicos do Paraguai. O jornal Última Hora fez um rápido balanço de seus últimos feitos.
Recentemente, ele subiu num carro da Polícia de Trânsito de Assunção e quebrou o parabrisa a pontapés, depois de discutir com os policiais.
Em 2016, ele reagiu com violência contra um juiz de Ciudad del Este, a quem agrediu com cintadas e, depois, defecou na sala de audiência.
Naquela ocasião, ele deveria comparecer para responder por um caso de coação e dano público por pintar grafites com aerossol na sede da Promotoria.
Fontes: La Nación e Última Hora
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