H2FOZ – Cláudio Dalla Benetta
Até parece incrível que, em plena pandemia e com o controle mais acirrado nas fronteiras, o contrabando e o tráfico continuem agindo em larga escala, não só do Brasil ao Paraguai, como também da Argentina para cá e nos dois sentidos entre Paraguai e Argentina.
Para quem se surpreende, não custa lembrar que contrabandista e traficante pouco usam passagens controladas normalmente, como as pontes que ligam os países da tríplice fronteira. O maior volume de muamba e drogas sempre passou mesmo é pelos rios Paraná e Iguaçu.
O reservatório de Itaipu, por exemplo, conta com centenas de portos clandestinos, por onde entram mercadorias brasileiras (principalmente alimentos) e de onde vêm muambas importadas e drogas, especialmente maconha, mas também muita cocaína.
Dito isto, que parece óbvio, mas às vezes a gente esquece disso, um número mostra como o contrabando do Brasil para o Paraguai se acirrou.
Citando Rodrigo Alderete, representante da Associação dos Avicultores do Paraguai, o jornal Última Hora diz que os 200 mil quilos de vendas de produtos avícolas, registrados em março, em Ciudad del Este e vizinhanças, se reduziram a um mínimo, já no mês seguinte. Os contrabandistas, segundo ele, voltaram a operar sem maiores dificuldades, por meio de pelo menos 20 pontos de ingresso na fronteira.
Até a passagem de pessoas entre os dois países é intensa, apesar das operações policiais. Cerca de 300 pessoas foram detidas, até agora, pela Armada Nacional do Paraguai, quando entravam ou saíam do país, em embarcações muitas vezes precárias.
Só na madrugada de domingo, 12, sete paraguaios foram detidos, no momento em que voltavam do Brasil, em dois barcos em péssimas condições. Um dos barcos foi detido no bairro Remansito, em Ciudad del Este, e o outro em Hernandarias.
Maconha
A Armada Paraguaia, em duas operações na manhã de domingo (12), apreendeu mais de 300 quilos de maconha, noticia o ABC Color. No mercado brasileiro, a droga é avaliada em US$ 150 mil (R$ 2,2 milhões).
A primeira operação foi no bairro Remansito, em Ciudad del Este, onde a Armada apreendeu 29 quilos de maconha prensada, em 42 pacotes.
Logo depois, em Presidente Franco, foram apreendidos mais 279 quilos da droga, em 315 pacotes.
Muito vinho
É menos comum que entre Brasil e Paraguai, mas a passagem de produtos argentinos para o Brasil também é frequente. Na noite de sábado, uma patrulha prendeu quatro argentinos e apreendeu uma grande quantidade de mercaorias, que estavam sendo colocadas em barcos para vir ao Brasil, segundo noticia o portal argentino El Territorio.
A carga apreendida corresponde exatamente ao que os iguaçuenses mais gostam de comprar no mercado argentino. Eles tentavam contrabandear 290 garrafas de vinho, de diferentes marcas, 240 litros de azeite de oliva e 90 quilos de picanha. No mercado argentino, as mercadorias são avaliadas em 420 mil pesos (quase R$ 32 mil).
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