Veja como foi a reação do comércio paraguaio à autorização de loja franca em Foz

Alguns empresários do país vizinho querem que o governo adote medida semelhante em relação à cobrança de impostos.

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A imprensa paraguaia repercute nesta quinta, 5,  a notícia de que a Receita autorizou a instalação da primeira loja franca de Foz do Iguaçu (leia matéria do H2FOZ: Exclusivo! Primeira loja franca de Foz foi (finalmente) autorizada a funcionar).

O secretário-geral da Câmara de Serviços de Ciudad del Este, Said Taiyen, disse que, embora a Sky Duty Free seja a primeira autorizada a operar em Foz, já há outra que aguarda permissão.

E "logo virão os free shops em Ponta Porã, Guaíra e outras cidades limítrofes do Paraguai, o que afetará sensivelmente o comércio fronteiriço de nosso país", disse o empresário.

Segundo ele, a solução que os comerciantes de Ciudad del Este veem é o governo unificar os impostos dentro do regime de turismo para 4%, já que em alguns casos se aplica 1%, mas há itens em que a taxação é superior à brasileira (que é de 3% para produtos fabricados no Brasil e 6% para os importados).

Já o presidente do Centro de Importadores do Paraguai, Neri Giménez Malgarini, disse que, com este imposto de 1% sobre os produtos incluídos no regime de turismo, o comércio de Ciudad del Este é mais competitivo que as free shops do Brasil.

Ele disse também que as autoridades do país devem melhorar o controle impositivo e a proteção das marcas nas áreas de fronteira, para aumentar a formalização e também a arrecadação impositiva.

Outro empresário comentou que o controle fiscal no Brasil é rigoroso, enquanto no Paraguai, principalmente em Ciudad del Esta, existe muita informalidade, que prejudica a indústria nacional e o próprio comércio.

O vice-presidente da Câmara de Comércio de Ciudad del Este, Juan Vicente Ramírez, apontou uma vantagem: o turista poderá adquirir mais produtos na fronteira, já que somará os US$ 500 das compras nos países vizinhos aos US$ 300 nos free shops. "Para mim, isso é positivo", disse.

O único problema, segundo ele, é que alguns turistas, por comodismo, possam não ver necessidade de cruzar a fronteira, já que poderão comprar artigos importados em Foz do Iguaçu.

O empresário Jorbel Jacson Griebeler opinou que o Paraguai deve aplicar uma "lei espelho" nas cidades de fronteira com o Brasil, isto é, habilitar lojas duty free para ter condições reais de competir com as que se instalarem em Foz do Iguaçu.

"O regime de turismo é velho, é um sistema arcaico, precisamos de uma reforma. Então, a 'lei espelho' é a melhor opção", concluiu.

Fontes: ABC Color e La Clave

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