Brasil promete que Paraguai terá prioridade quando houver vacinas pra exportar

Promessa foi feita ao chanceler paraguaio Euclides Acevedo, que nesta quarta-feira, 17, manteve conversações em Brasília.

Apoie! Siga-nos no Google News

Quando o Brasil estiver preparado para cooperar internacionalmente com o abastecimento de vacinas, “o Paraguai será nossa prioridade número um”, disse o chanceler brasileiro Ernesto Araújo a seu par paraguaio, Euclides Acevedo, num encontro em Brasília, noticia o jornal Hoy.

O jornal lembra que o Brasil tem acordos para produzir localmente a vacina chinesa Sinovac, pelo laboratório Butantan, e a vacina Oxford/AstraZeneca, pelo Instituto Fiocruz, mas atualmente não consegue satisfazer sua própria demanda “e o processo de vacinação avança a passos de tartaruga”.

Acevedo agradeceu a oferta de cooperação e reiterou suas críticas à falta de “equidade” que existe na distribuição mundial de vacinas, especialmente por meio do consórcio global Covax, da Organização Mundial da Saúde.

Outros assuntos abordados entre os chanceleres foram os projetos de infraestrutura, como a Ponte da Integração Brasil-Paraguai, entre Foz e Presidente Franco, já com quase 50% das obras concluídos, e da futura ponte entre Porto Murtinho (MS) e Carmelo Peralta, sobre o Rio Paraguai, cujas obras estão em processo de licitação e podem começar em 2022.

Ponte sobre o Rio Paraguai permitirá formar um corredor bioceânico, ligando os portos brasileiros aos do Chile. Foto Itaipu Paraguai

Também conversaram sobre um assunto “fundamental” para o Paraguai, como destacou Acevedo, que é a revisão do Anexo C do Tratado de Itaipu, que vende em 2023, quando completa 50 anos. O Anexo C trata da operação e distribuição da energia elétrica compartilhada pelos dois países.

O chanceler brasileiro disse que o Brasil “está pronto para começar as discussões sobre a revisão do Anexo C, no mais breve prazo”, mas “quando as circunstâncias da pandemia permitirem”.

Para Acevedo, a negociação deverá ser “um bonito pretexto para o desenvolvimento”, e não pode se limitar a “uma discussão jurídica e administrativa” do Anexo C, mas abordar “o respeito à cultura, ao meio ambiente e ao direito legítimos dos dois sócios irmãos e paritários”.

Depois da conversa com Ernesto Araújo, Acevedo teve um breve encontro com o presidente Jair Bolsonaro. A visita do chanceler paraguaio a Brasília foi o ponto de partida para um breve giro que o levará, nos próximos dias, à Argentina e ao Chile.

O principal ponto dessas visitas é a tentativa de o Paraguai obter vacinas ou ao menos cooperação para chegar até elas, já que é o país da região mais atrasado na vacinação.

É o fracasso na compra de vacinas que deixou o governo de Mario Abdo Benítez fragilizado, além da falta de medicamentos e insumos nos hospitais que atendem pacientes com covid-19.

Leia mais: Paraguai comprou vacinas ainda em outubro. Mas não veio nada. Mistério resolvido

LEIA TAMBÉM

Comentários estão fechados.