Carvão que saía de porto privado no Paraguai virava cocaína na Europa

Em dois contêineres no porto de Villeta já foram encontrados 2.331 kg da droga. Há mais nove pra conferir.

Apoie! Siga-nos no Google News

H2FOZ – Cláudio Dalla Benetta

Mais seis contêires com carvão vegetal, onde pode estar escondida cocaína, foram detectados na madrugada desta quarta-feira, 21, pelo sistema de controle da Diretoria de Aduanas do Paraguai, num porto privado de Villeta, a 37 km de Assunção.

Eles se somam a outros cinco contêimeres, dos quais dois foram abertos na segunda-feira, 19. Dentro deles, foram encontrados 2.331 quilos de cocaína com alto grau de pureza, a maior apreensão na história do Paraguai, informa o jornal Última Hora.

Os seis contêineres pertencem a outra empresa, mas têm o mesmo produto declarado e fariam a mesma rota, segundo o setor Antinartóticos da Polícia Nacional do Paraguai.

Todos os contêineres serão revistados, com ajuda de cães farejadores, para identificar se também têm drogas no interior dos sacos de carvão vegetal.

De acordo com a Polícia Nacional, a carga apreendida seguiria até o porto de Buenos Aires e, dali, iria ao porto de Antuérpia, na Bélgica, de onde os traficantes fariam a distribuição a outros países, como Israel, de acordo com o que havia informado o ministro do Interior, Euclides Acevedo.

A viagem da cocaína foi frustrada devido a um trabalho da inteligência da Polícia, que estava acompanhando o caso há bastante tempo.

Christian Turrini, ex-diretor da TV Pública do Paraguai, até agora é o único detido e está à disposição do Ministério Público.

Na opinião do ministro do Interior, Turrini seria uma conexão com traficantes, e não o dono da carga.

O jornal La Nación informa que o chefe do departamento Antinarcóticos da Policía Nacional, Osvaldo Aquino, disse que o trabalho de verificação dos contêineres prosseguirá ainda por vários dias.

Mais fotos da cocaína encontrada nos sacos de carvão (do Twitter do presidente Abdo):

 

Risco de roubo

O jornal ABC Color ouviu nesta quarta-feira o comissário Gilberto Fleitas, diretor de Investigação de Atos Puníveis da Polícia Nacional, sobre o caso da cocaína. O comissário disse que vai pedir aos promotores para acelerar os trâmites para que a cocaína possa ser incinerada o quanto antes.

Em casos anteriores de apreensões, informa o ABC Color, houve furto de droga e desaparecimento de evidências contra os criminosos, embora o comissário tenha garantido que a cocaína está bem policiada e fiscalizada.

O comissário disse também que a polícia tem outros suspeitos na mira, além de Turrini, mas não pode divulgar para não atrapalhar as investigações.

Ele afirmou, no entanto, que o tráfico não pode ser apenas obra do suspeito detido, mas sim “de uma pessoa com grande capacidade econômica ou de uma organização criminosa”.

Elogio de Abdo

Em sua conta no Twitter, o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, elogiou a polícia, a Aduanas e os envolvidos “nesta histórica apreensão”.

“Uma operação sem precedentes no país. Até agora são mais de 2.331 quilos de contaína contabilizados em Villeta e ainda faltam revistar contêineres. Grande golpe no narcotráfico. Meu reconhecimento à Polícia, Aduanas e a todas as equipes envolvidas nesta histórica apreensão”, disse o presidente.

Leia mais:

Paraguai faz a maior apreensão de cocaína de sua história

LEIA TAMBÉM

Comentários estão fechados.