Juiz paraguaio explica por que deu imunidade a brasileiro suspeito de tráfico

Suspeito de chefiar rede internacional de tráfico podia circular no Paraguai sem ser incomodado pela polícia.

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Suspeito de chefiar rede internacional de tráfico podia circular no Paraguai sem ser incomodado pela polícia.

O traficante brasileiro L.F., que fugiu do condomínio de luxo Paraná Country Club para escapar de promotores e policiais, na terça-feira, 15, tinha desde 2020 um habeas corpus que lhe permitia circular por todo o Paraguai sem ser incomodado pela polícia. Ele só poderia ser detido se fosse flagrado num crime ou delito.

A rádio Monumental 1080 AM ouviu o juiz Carlos Vera Ruiz, de Ciudad del Este, para saber por que concedeu esta proteção ao brasileiro. Segundo o juiz, a decisão se baseou em denúncias de extorsão policial de que L.F. havia sido vítimna.

“O cidadão se apresentou em meu Juizado e relatou por escrito, inclusive acompanhado com fotos, que pessoas lhe interceptaram e ameaçaram levá-lo levar ao Brasil”, explicou.

O juiz garantiu que foi solicitado um informe à Interpol e que, naquele momento, o brasileiro não estava entre as pessoas procuradas pela Justiça.

“Este Juizado também solicitou um informe ao Departamento de Narcóticos da Polícia e este disse que não havia medida de restrição nem ordem contra este cidadão. Foram quatro instituições que disseram que o cidadão não tinha antecedentes nem era investigado por fatos puníveis”, afirmou.

O magistrado sustentou que, ante a denúncia de que poderia ser extorquido por policiais de Hernandarias e de Ciudad del Este, foram arbitrados os meios necessários para outorgar a ele a garantia constitucional.

Somente no dia 14 de fevereiro deste ano a Interpol foi alertada sobre a ordem de prisão contra o brasileiro, o que não havia há dois anos, disse ainda o juiz. O jornal Última Hora lembra que o foragido conta com 67 processos no Brasil.

DETENÇÕES

Na terça-feira, a ação frustrada para prender o traficante no condomínio de luxo de Hernandarias resultou na detenção de dois guardas de segurança do local e também de uma mulher.

Os guardas teriam informado o brasileiro sobre a presença da polícia, enquanto a mulher, familiar do suspeito, procurou bloquear com seu carro o acesso à mansão onde ele mora.

Graças a essas intervenções, que obrigaram os promotores a entrar à força, o suspeito conseguiu fugir numa caminhonete por uma entrada lateral do condomínio.

Além da mansão, agentes da Secretaria Nacional Antidrogas e os promotores Manuel Doldán, Manuel Rojas Rodríguez e Elvio Aguilera fizeram buscas numa fábrica de blindados para veículos, em Ciudad del Este, pertencente ao brasileiro.

O suspeito é acusado de participar de um esquema que remeteu à Europa 12 carregamentos de cocaína, que saíram do Paraguai e passaram pelo Brasil.

APREENSÕES

Nas buscas, foram apreendidos três veículos, uma pistola Glock 9 mm com dois carregadores e um sub-fuzil marca Sig Sauer, calibre 9, também com dois carregadores, noticiou o jornal Última Hora.

O promotor Manuel Rojas disse à rádio Monumental 1080 AM que o brasileiro suspeito de liderar o esquema de tráfico de cocaína para a Europa possui várias propriedades no Paraguai, o que pode significar lavagem do dinheiro obtido ilegalmente.

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