Tráfico no Paraguai. Vêm aí novas denúncias contra políticos e mais um ministro

É o que dá a entender a assessoria de imprensa da Procuradoria Geral do Estado.

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É o que dá a entender a assessoria de imprensa da Procuradoria Geral do Estado.

A jornalista Élida Favole, assessora da procuradora geral do Paraguai, Sandra Quiñones, divulgou em sua conta no Twitter uma série de declarações “muito comprometedoras e chamativas”, como disse o jornal ABC Color.

Segundo a jornalista, um “peso muito pesado do narcotráfico” conseguiu votos de “uma legisladora” favorável ao juízo político contra a procuradora. É essa deputada a que tem mais pressa nesse julgamento.

“O juízo político à procuradora geral (Sandra Quiñonez), com essa pressa desenfreada, hoje tem explicação e é revelada. Queriam evitar esta, aquela e outras operações. Alguém lhes compartilhou informações”, disse a jornalista em sua conta no Twitter, referindo-se especialmente à operação “A Ultranza PY”, que já levou à prisão o deputado Juan Carlos Ozorio.

Ela especulou ainda sobre “um caso sem precedentes: “todos os sindicatos unidos retiraram seu apoio ao governo devido ao escândalo de contrabando”. Portanto, segundo a jornalista, “um setor hoje necessita, com suma urgência, de uma cortina de fumaça e retirar a procuradora geral para enfrentar os processos abertos e os julgamentos que já estão em curso”.

E tem mais: em outro tuíte, Élida Favole diz que está circulando um áudio envolvendo outro ministro. “Se a relação narco nos deixou perplexos… esta me derrubou. Porque há pessoas que a gente diz: ‘não, ele nunca faria algo desonesto’. E assim vai. A cidadania desprotegida ante uma classe política disposta a destruir o Estado”.

Esse ministro estaria vinculado também aos traficantes, a exemplo das denúncias contra o agora ex-ministro de Emergência Nacional, Joaquín Roa, destituído por ligações com um dos principais suspeitos de tráfico de cocaína para a Europa.

Um vídeo, feito com fotografias, mostram o ex-ministro entre os convidados de uma festa de alto luxo feita pelo empresário Alberto Koube, que está preso.

Um iate do ministro, que vale US$ 500 mil, foi apreendido pela Secretaria Nacional Antidrogas e Ministério Público do Paraguai. Ele teria sido comprado pela empresa de um dos maiores suspeitos de tráfico, o empresário Alberto Koube, que está preso.

APREENSÕES

Apreendido em hangar de Luque, este avião está no nome de funcionário do Tribunal Eleitoral do Paraguai. Foto: Senad

Enquanto isso, prossegue a operação A Ultranza PY, que ainda tem muito trabalho pela frente, de acordo com o diretor de Comunicação da Senad, “porque esta rede (de tráfico e lavagem de dinheiro) já estava penetrando em diferentes âmbitos de nossa sociedade”.

Até agora, já foram apreendidos 10 aviões da frota dos traficantes, com desativação de pistas clandestinas no Chaco e no departamento Central. O último avião, apreendido em Luque, pertence a um funcionário da Justiça Eleitoral paraguaia.

Posto de gasolina que também seria usado pra lavar dinheiro. Foto: Senad

A empresa Tapyracuai, que seria usada para lavagem de dinheiro, teve apreendidos carros de luxo e, na terça-feira, mais 45 motocicletas, agora administrados pela Secretaria Nacional de Administração de Bens Apreendidos.

Mais bens apreendidos de empresa ligada ao tráfico. Foto: Senad

Entre as últimas intervenções da polícia e promotores, está um posto de gasolina em Emboscada, que pertence à firma El Porvenir, do clã Insfrán, que também formava parte da rede de empresas para lavagem de dinheiro. E, ainda, uma fábrica de caixas de papelão da Tapyracuai, em Assunção.

Veja no quadro abaixo, preparado pela Senad, o resultado da operação A Ultranza PY até agora:

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