Paraguai vai investir US$ 2,5 bilhões no plano de reativação econômica “pós-covid-19”

Investimento será usado basicamente em obras públicas, proteção do emprego e apoio ao setor agropecuário.

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H2FOZ – Cláudio Dalla Benetta

O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, apresentou na manhã desta segunda-feira, 29, em Assunção, um plano de investimento de US$ 2,5 bilhões para a retomada da economia na fase pós-covid-19, informa a agência de notícias IP, do governo paraguaio.

O dinheiro será utilizado para ampliar a execução de obras públicas, para a construção massiva de casas populares, na proteção de empregos e no apoio ao setor agropecuário.

O presidente reafirmou seu compromisso com a transparência e anunciou que haverá informes semanais para que a população tenha conhecimento do que está sendo feito com o dinheiro. As autoridades do país garantiram que os recursos não serão utilizados para gastos fixos e nem para o pagamento de salários a funcionários do governo.

Abdo Benítez disse que o governo programou os investimentos com base em experiências exitosas desenvolvidas em anos anteriores, como o programa anticíclico impulsionado em 2019, com o qual obteve-se um crescimento importante da economia, que estava em queda.

A situação agora é diferente e mais complexa, disse o presidente, e "impacta em todas as economias do mundo", mas disse confiar que o plano trará resultados.

Balanço

Mario Abdo Benítez mostrou em que setores foram investidos os recursos de US$ 1,6 bilhão previstos na Lei de Emergência Sanitária, alvo de constantes denúncias de corrupção.

Segundo o presidente, US$ 61 milhões foram para capitalização e fortalecimento de pequenas e médias empresas; US$ 26 milhões para reforçar o programa de assistência “Ñangareko”; US$ 59 milhões para o pagamento de aposentadorias; e US$ 82 milhões foram destinados a adultos maiores, atingidos pela crise provocada pela pandemia.

Outros US$ 77 milhões foram destinados ao pagamento de interesses da dívida pública, que em condições normais são quitados com arrecadações tributárias, prejudicadas pela crise que paralisou os ingressos para o governo.

Citou ainda que US$ 99 milhões estão disponíveis para o Ministério de Saúde Pública, US$ 100 milhões para o Instituto de Previdência Social e US$ 299 milhões para o pagamento de salários aos funcionários públicos.

Outros US$ 300 milhões, disse o presidente, foram utilizados para ajuda social via programa Pytyvõ, que beneficiou trabalhadores informais afetados pela pandemia.

"De US$ 1,6 bilhão nos restam, contudo, US$ 477 milhões a transferir, dos quais US$ 400 milhões para o Ministério de Saúde Pública e US$ 97 milhões para o terceiro pagamento do Pytyvõ e serviços básicos", completou o presidente.

Impacto na economia

Feito o balanço, o presidente voltou a falar do plano de recuperação econômica. Do total de US$ 2,5 bilhões, US$ 2,15 bilhões são redistribuições orçamentárias e parte do fortalecimento da banca pública com organismos multilaterais, além da antecipação de pagamentos para obras de infraestrutura.

O que se considera necessário para poder impactar fortemente a economia, segundo o plano do Ministério da Fazenda, são mais US$ 350 milhões.

Este último valor será o endividamento do país com o plano, e não com o total de US$ 2,5 bilhões, como muitos setores entenderam, segundo o presidente.

Destino dos recursos

Do total, US$ 100 milhões serão para o Instituto de Previdência Social e US$ 80 milhões para fortalecer o programa Pytyvõ, para que chegue principalmente aos trabalhadores das áreas fronteiriças, "cuja recuperação será muito mais lenta".

US$ 100 milhões dos US$ 350 milhões da nova dívida irão para o Ministério de Obras Públicas dinamizar os projetos viários, para sustentar os empregos; US$ 40 milhões para a construção massiva de moradias; US$ 10 milhões para o Fundo Pecuário e outros US$ 26 milhões para o Crédito Agrícola de Habilitação.

Endividamento

O novo endividamento do Paraguai (de US$ 350 milhões, e não de US$ 2,5 bilhões, como foi "interpretado"), será utilizado "100% para reativar a economia", reforçou o presidente paraguaio.

O jornal paraguaio Última Hora lembrou que a versão anterior, de endividamento de US$ 2,5 bilhões, gerou descontentamento e provocou críticas de diversos setores, devido "aos escândalos de corrupção na compra de insumos para o Ministério da Saúde" com o uso de US$ 1,6 bilhão para combater a pandemia, recurso que foi para a dívida do país.

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