Pedido de medidas efetivas contra as bets ecoa na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP). Apostas online consomem R$ 30 bilhões por mês, diz relatório do Banco Central.
O deputado Luiz Cláudio Romanelli (PSD) defende o que chama de cruzada da sociedade contra a estrutura que ganha muito com as apostas online. É a “jogatina no Brasil”, afirma.
“É uma poupança popular que está indo para mão dessa máfia que domina o jogo no Brasil”, ressalta o deputado, em relação ao número informado pelo Banco Central. E completa que pessoas são exploradas por agiotas, comprometendo a renda da família em jogos.
Para o parlamentar, o dinheiro deixa de ser investido no consumo. E cita o caso de uma moça que gastou R$ 1 milhão nas apostas e depois se matou. “A pessoa que é viciada em jogo é como se fosse viciado em droga”, pontua Romanelli.
O valor gasto em apostas vai parar nas mãos de um grupo que controla os jogos no país. “Mas veja, R$ 30 bilhões é quase 40% do orçamento inteiro do Paraná para um ano, para educação, para saúde, para todas as outras áreas”, compara.
O deputado cobra uma medida mais efetiva do Congresso Nacional frente aos lobistas e a roubalheira que acontece no Brasil. Segundo ele, pesquisas apontam que 33,8% dos jovens deixam o ensino superior por gastos em apostas esportivas.
Esse levantamento mostra que as apostas online interferem no acesso dos brasileiros à graduação e foi realizado pela Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior.
Medidas contra bets
Além disso, o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia identificou, além das violações à legislação, danos a crianças, adolescentes e consumidores em situação de fragilidade econômica.
Uma das conclusões é que pelo menos 24 milhões de brasileiros apostaram em bets em 2024, e desses apostadores quase metade está endividada.
Já a pesquisa do instituto AltasIntel desta semana identificou que a maioria da população brasileira quer que bilionários, bancos e casas de apostas online paguem mais impostos. Segundo levantamento, 58% dos entrevistados apoiam a chamada taxação BBB.
(Com informações da Assembleia Legislativa)