Por que Foz tem poucas praças e nelas não há bancos de praça?

Ora, porque bancos de praça e árvores não combinam com o perfil de nossos moradores, que não se cansam e adoram sol na moleira.

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Cláudio Dalla Benetta

Um dia Foz do Iguaçu ainda vai ser conhecida como a cidade sem bancos de praça. 

É uma cidade onde os moradores não têm apego a praças. Porque não são do povo, como o céu é do condor.

Não haveria aqui programas humorísticos, porque não há praça pra dizer que a praça é nossa.

Nem tem gente alegre na praça, pra chamar de praça da alegria.

Se fosse escrita hoje, em Foz, a letra da música A Praça, que Ronnie Von cantava, teria que mudar o verso “Sentei naquele banco da pracinha…” 

Porque não há bancos.

Tem outra música, possivelmente mais recente, de um grupo chamado Vetores, intitulada “No banco da praça”. Os primeiros versos: “Eu estava sentado no banco da praça/ com charuto nos dedos e um amigo com as cartas…”

Aqui não se faz amizade nem se curte amigos nas praças. Porque não há bancos. E há tão poucas praças.

Nossas praças não prezam o verde, as flores. Os versos “A mesma praça, o mesmo banco, as mesmas flores, o mesmo jardim”, como dizia a velha canção de Ronnie Von, aqui não fazem sentido. Que banco, que flores, que jardim?, dizemos os iguaçuenses.

Praça, em Foz, só dá mesmo é dor de cabeça. As que seriam construídas pra homenagear o centenário de Foz,  em 2014, ficaram prontas dois ou três anos depois. Sem bancos. Uma delas, com um chafariz que… bem, não vamos tripudiar sobre o coitado do chafariz.

Mas praça é mesmo sina triste, em Foz. Há poucas, muito poucas, quando em outras cidades são elas que demarcam o centro da cidade, são sempre arborizadas, frescas, com muitos bancos.

Locais de encontro, pra descansar, curtir as brincadeiras da criançada, pegar uma boa sombra em dias quentes…

Praça, em Foz, só dá dor de cabeça.

Hoje mesmo, o gabinete da vereadora Inês Weizemann divulgou nota informando que ela enviou ofício à Prefeitura pra saber porque a Praça do Aporã, no bairro Ipê, ainda não está pronta. Era pra ter sido entregue em abril, mas até agora nada.

Na verdade, a licitação para a reforma da praça saiu em 2017. Em abril de 2018, a vereadora já pedia informações sobre a obra. Em dezembro, foi assinado o documento de início das obras, pra conclusão em abril. 

A praça continua fechada com tapumes. 

Talvez seja melhor assim. Pra que fazer o iguaçuense se acostumar com a ideia de ter praças? Pra se desiludir depois, ao perceber que a praça existe, mas não tem bancos nem árvores que façam sombra?

Deixe pra lá, vereadora. Praça não combina com Foz do Iguaçu, não dá liga. Aqui ninguém se cansa, pra que ter bancos? Todo mundo curte o sol de verão, pra que árvores? E, afinal, pra concluir, pra que praças? É muita frescura!

Ah, sim, de qualquer forma, a Prefeitura respondeu ao requerimento da vereadora com um ofício no qual garante que a praça fica pronta até 30 de julho. 

(Atenção: texto tem doses de ironia explícita, mas principalmente de humor meio cretino. Perdão, leitores).

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