Agrotóxico com água e tomate

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Aida Franco de Lima – OPINIÃO

Quando você vai à sessão de hortifruti, qual o cheiro que você percebe? É do frescor de gotas de orvalho ou um cheiro estranho, que amarga as narinas e garganta? O mais incrível é que é mais fácil ter a primeira sensação diante de anúncios publicitários, que frente aos produtos expostos nas gôndolas. Há poucos dias tivemos essa experiência, na hora do almoço. A salada de tomate foi direto para o lixo. O gosto amargo de veneno extrapolou os limites do paladar.

Mas esse foi só um exemplo de quando é possível notar o abuso dos agrotóxicos e o paladar recusa a ingestão. Mas e quando não sabemos que o que estamos comendo ou bebendo, está tomado de substâncias nocivas à nossa saúde? E quando esse problema ocorre com a água potável, que pagamos caro, e chega às nossas casas com substâncias cancerígenas? Esse é o alerta feito pela Unioeste em conjunto com a universidade americana de Harvard.

Salada de tomate foi jogada no lixo, em virtude do excesso de agrotóxico
Salada de tomate, sal, cebola, salsinha, óleo e agrotóxico. Foto: Aida Franco de Lima

As duas universidades publicaram um estudo que alerta para a presença de 11 substâncias cancerígenas na água que abastece 127 municípios rurais da região produtora de grãos no oeste do Paraná.

De acordo com a organização Jornalistas Livres: “Já são 542 casos da doença diagnosticados entre 2017 e 2019 na população e a investigação aponta ligação direta com o abastecimento de água envenenada pela Companhia de Saneamento do Paraná/Sanepar: ‘Achamos uma correlação muito grande em todos os municípios, em especial para o câncer de mama’, explica a pesquisadora Carolina Panis em entrevista à Folha de S. Paulo.

Conforme explicam os Jornalistas Livres, para definir os limites de contaminação da água usada no abastecimento humano, a União Europeia permite no máximo 0,5 partes por bilhão (ppb) de contaminante. Mas no oeste do Paraná, a soma de contaminantes presentes na água chega a 189,84 ppb. Isso é permitido porque a lei brasileira, ainda atrasada, não estabelece um limite geral de contaminação da água.

Sabe-se que não existem níveis seguros para consumo diário de veneno, mas deputados e senadores da bancada ruralista no Congresso defendem interesses dos fabricantes de agrotóxicos e vem aprovando a liberação recorde de venenos. Como consequência dessas votações combinadas pela bancada ruralista/centrão, a população tem tido a saúde e a família ameaçada, um risco claro à vida dos brasileiros. (Jornalistas Livres)

“Os pesquisadores dizem que a exposição a agrotóxicos pode trazer consequências que incluem aumento do risco de disfunção da tireoide, incluindo câncer, função renal alterada e risco de carcinoma renal, além de alta incidência de doença de Parkinson ou disrupção hormonal feminina. Para piorar, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está há dois anos sem testar agrotóxicos nos alimentos“, destaca o portal Terra.

Se estamos comendo alimentos que estão há dois anos sem que a quantidade de agrotóxico seja testada, está explicado o motivo de o tomate da hora do almoço ir direto para o lixo…

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