Esterilizar animais: um tabu a ser castrado

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Aida Franco de Lima – OPINIÃO

Castrar um animal ainda, por incrível que pareça, é uma situação cercada de ceticismo. Muitos homens não permitem que o animal seja castrado, principalmente se macho, como se o bichinho ligasse para questões de virilidade. O animal não vai deixar de ser menos ou mais de sua essência. O mais importante é que não vai se reproduzir desenfreadamente, principalmente no caso de cães e gatos.

Os programas governamentais que patrocinam a castração gratuita, por mais que possam representar um investimento alto, sempre irão compensar. Basta lembrar do custo benefício que evitar ninhadas indesejadas significa.

Quanto menos animais nas ruas, nos fundos dos quintais, disponíveis para adoção ou vítimas da crueldade humana, melhor. É menos sofrimento, menos bichinho sendo atropelado nas ruas como se fossem simples alvos. Também evita-se que os lixos sejam revirados, em virtude da fome ou simples olfato apurado.

A castração precisa ser contínua, abranger os animais de todas as classe sociais, dos bairros nobres às periferias. “Ah, mas quem tem dinheiro pode cuidar do animal”. Pode e deve, mas devemos pensar é na benfeitoria aos animais e não, necessariamente, a seus tutores. E o abandono, vale lembrar, não tem classe social. Atinge todo e qualquer raça.

A castração em massa, gratuita, deveria atingir as mais variadas raças de animais, sem que o critério fosse unicamente o tutor ser de baixa renda. Foto: Aida Franco de Lima

Infelizmente, há uma cultura em que o animal é, ainda, visto como um objeto descartável, passível de validade. Se adoece, fica cego, surdo, aleijado, se da gasto, se late, se não late, se come muito, se dá muito trabalho, se cria, se não cria, então já era… Tudo é justificativa para o abandono.

E é nesse momento que a castração mostra sua importância. Quanto menos animais expostos a todas essas situações, melhor!

É uma espécie de lei do mercado. Se há muita oferta de animais, há também um cardápio de maldades muito ampla contra os mesmos. Se conseguirmos reduzir a quantidade, menos alvos teremos.

Muita gente que tem preocupação e não quer deixar o animal reproduzir de modo desenfreado, faz uso de vacina. Acaba sendo a opção mais barata, a curto prazo, entre aspas. Mas com o tempo, a conta chega, com animais que acabam desenvolvendo câncer.

Castrar continuamente deve ser uma política pública de qualquer cidade. Se pequena ou grande. Rica ou pobre. O importante é que a reprodução desenfreada seja pausada, eticamente.

Este texto é de responsabilidade do autor/da autora e não reflete necessariamente a opinião do H2FOZ.

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