O mercado, a fome e a floresta
Imaginem se o mercado ficasse nervoso a cada dano ambiental?
Aida Franco de Lima – OPINIÃO
Na semana que passou o mercado, formado por investidores, banqueiros, entre outros, ficou muito irritado quando o presidente eleito, Lula, citou a necessidade de combater a fome, sem enfatizar do mesmo modo a respeito do teto de gastos e equilíbrio das contas públicas. E voltamos a ver gráficos sobre o risco país, que é o sinal que os fundos de investimentos buscam para saber se vale a pena ou não arriscar suas moedas em uma região.
Não me lembro de o mercado ficar nervoso quando o pôr do sol fica rosado, em virtude da poluição ou quando aqui no Sul sentimos o cheiro a fumaça da Amazônia. Também não tenho guardada em minha memória gráficos desfavoráveis aos investidores, quando Brumadinho ficou sob a lama. Também desconheço que o mercado tenha ficado desconfortável com famílias buscando comida em caminhão de lixo. Não foi no antigo documentário Ilha das Flores, foi agora mesmo…
Uma vez assisti a uma entrevista de uma celebridade, acho que era jogador de futebol. Ele dizia que quando não era famoso, fazia um esforço terrível para pagar um almoço. Que nenhum restaurant