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Editorial

Libaneses em Foz do Iguaçu, recomeço e clamor contra a guerra

Leia opinião do portal sobre as perdas de vidas e a remoção forçada, com expulsão da própria terra.

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Libaneses em Foz do Iguaçu, recomeço e clamor contra a guerra
Foz do Iguaçu abre os braços e oferece o calor da solidariedade. - Foto: Marcos Labanca/H2FOZ
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A contribuição dada a Foz do Iguaçu pelas comunidades árabes, em que se incluem libaneses e palestinos, circunscreve práticas sociais que vão da economia à cultura, integração que ajuda a projetar a cidade em um de seus elementos mais característicos e celebrados, a diversidade. Os árabes estão presentes pelo menos desde a década de 1950.

Um novo capítulo dessa história está sendo escrito. Mais de 200 libaneses já chegaram em Foz do Iguaçu retirados de áreas do Líbano que recebem bombardeios do exército israelense, mostra reportagem exclusiva do H2FOZ. Ao todo, 1.317 pessoas foram resgatadas na Operação Raízes do Cedro, realizada pelo governo federal, com seis voos desde 2 de outubro.

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Brasileiros descendentes e libaneses que chegam revelam no semblante a crueza da guerra, com memórias e cicatrizes de perdas. Assim foi com os jovens Mohamed e Yara, entre os primeiros a retornarem, sobreviventes de ataques no qual perderam o irmão, Ali, de apenas 15 anos, e o pai, Kamal Hussein Abdallah, que tinha 64 anos.

As mortes de civis – crianças, mulheres e idosos – , a destruição de cidades na palestina Gaza e no Líbano, tal qual o que o está sendo chamado de “diáspora”, materializam o contraponto ao reportado mundialmente como “guerra de Israel contra o Hezbollah”. Não há circunstâncias admitidas para perdas de vidas e a remoção forçada, com expulsão da própria terra.

As pessoas resgatadas do Líbano carregam a esperança no recomeço, a nova vida em um ambiente de paz e segurança. E clamam pelo fim das beligerâncias no Oriente Médio, vozes necessárias em meio a notas e advertências que se perdem no próprio cinismo, e diante da surdez dos que querem a guerra, ainda que digam evitá-la.

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Foz do Iguaçu abre os braços e oferece o calor da solidariedade. Mais uma vez, a cidade dá a demonstração de que é possível conviver pacificamente, exemplo para o mundo de que as geografias podem ser preenchidas com diálogo e tolerância. A fronteira, assim, não é ponto que afasta, mas que enxerga e acolhe o outro.

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