O prefeito Joaquim Silva e Luna (PL) comemorou a habilitação de 25 novos leitos em um hospital de São Miguel do Iguaçu (PR), por considerar que a medida poderá ajudar a arrefecer a pressão sobre a demanda de atendimento no Hospital Municipal Padre Germano Lauck, gerido com recursos públicos em Foz do Iguaçu. As vagas abertas foram viabilizadas pela saúde estadual.
Com 218 leitos, o Municipal se depara com frequente superlotação. O equipamento é o vértice de um sistema que patina em responder às demandas por internação, problema de vagas que se reproduz também nas unidades de pronto atendimento (UPAs), isso no contexto de uma fila que, no fim de janeiro deste ano, somava 25 mil cirurgias e mais de 50 mil exames.
Tão logo obteve a chave do Palácio das Cataratas, Silva e Luna foi aos espaços de saúde iguaçuenses, no dia 3 de janeiro, acompanhado do secretário da pasta, quando tonificou o discurso de campanha de priorizar a saúde. E fixou a meta inicial, repercutida na imprensa oficial, baseada em duas medidas principais.
Essas frentes anunciadas eram a ampliação de cirurgias eletivas e ações integradas de prevenção que desafoguem atendimentos de urgência e emergência. Passados mais de seis meses, ou seja, o dobro da meta inicial, soa contraditório e insuficiente, para dizer o mínimo, celebrar novos leitos em outra cidade como alívio ao problema da saúde local.
Até mesmo os últimos tijolos da extinta Santa Casa são sabedores dos vetores que emprestam complexidade à saúde iguaçuense, como o fato de ser fronteira, turística e maior cidade da microrregião composta de nove localidades. Mas essa posição também conta em seu favor.
Foz do Iguaçu dispõe do suporte de um hospital vinculado à Itaipu Binacional, referência em tratamento oncológico, só para citar um dos serviços via SUS. É projeto federal uma “fábrica” de mosquitos para combater a dengue, doença que sobrecarrega o sistema de saúde. O estado acaba de anunciar R$ 19 milhões e comprometer-se com a reforma do Municipal.
Não é mais possível adiar, Foz do Iguaçu precisa de gestão da saúde capaz de converter o dinheiro aplicado, que é da população, em serviços de qualidade e no tempo adequado. O montante para o setor, na faixa de meio bilhão, é revigorado a cada ano, apenas da rubrica municipal. A quantia deve espelhar a qualidade. Diante dos números, sempre a reflexão sobre a efetividade.