Educadores protestam por condições de ensino e contra demissões de funcionários de escolas

Ato público em Foz do Iguaçu foi nesta quinta-feira, 29, no Núcleo Regional de Educação.

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Ato público em Foz do Iguaçu foi nesta quinta-feira, 29, no Núcleo Regional de Educação.

Professores e funcionários de escolas realizaram manifestação nesta quinta-feira, 29, no Núcleo Regional de Educação de Foz do Iguaçu (NRE). O ato público integrou a paralisação estadual de professores e funcionários de escolas, com mobilizações nas principais cidades.

A categoria marcou a data, que remete à violência sofrida por educadores há seis anos, no Centro Cívico, em Curitiba (PR), para cobrar melhores condições de trabalho e protestar contra demissões. A mobilização teve o lema “O governador mudou, a violência só aumentou”.

O Governo do Estado pretende dispensar 9,7 mil agentes educacionais com contratos temporários neste fim de abril. Isso porque a gestão estadual instituiu a terceirização para funções de funcionários, a fim de substituí-los por empresas, disse o presidente da APP-Sindicato/Foz, Diego Valdez.

Diego Valdez: demissão de funcionários para terceirizações – Foto: Divulgação

“Mulheres com mais de 50 anos são a maioria das pessoas que serão desempregadas. Elas terão imensa dificuldade de conseguir novo trabalho, ainda mais neste período de pandemia e crise”, cobrou Diego. “É uma medida injustificável, pois as escolas têm falta de agentes educacionais, que são responsáveis pela merenda, limpeza, biblioteca, secretaria, entre outros serviços”, frisou.

A mobilização da categoria inclui uma extensa lista de reivindicações. Há cinco anos, educadores não recebem a recomposição salarial pelas perdas provocadas com a inflação, e benefícios da carreira previstos em lei, como progressões e promoções, estão congelados.

Sobrecarga de trabalho

Servidores denunciam o excesso de atividades com as aulas remotas. Professores trabalham nos três períodos do dia – manhã, tarde e noite – nas classes on-line ou no atendimento individualizado a alunos. Nos fins de semana, preparam provas e trabalhos e corrigem atividades impressas dos estudantes sem acesso à internet.

“Também denunciamos a extinção de turmas pelo governo, o que aumenta o desemprego da nossa categoria e a sobrecarrega ainda mais”, enfatizou Cátia Castro, da direção do sindicato. “Estamos enfrentando um processo de desmonte da educação no momento em que deveríamos ter como preocupação única a preservação de vidas”, expôs.

Cátia Castro: excesso de trabalho com as aulas remotas – Foto: Divulgação

A dirigente da APP-Sindicato também lembrou que a chefia do NRE de Foz do Iguaçu quer fechar três unidades de CEEBJA (Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos) em Matelândia, Medianeira e São Miguel do Iguaçu. “Em vez de trabalhar para abrir escolas, a chefe do núcleo quer deixar jovens, adultos e idosos sem acesso à educação”, pontuou.

Memória

Em 29 de abril de 2015, educadores em greve, acampados em frente à sede do Governo do Paraná, foram duramente reprimidos pela polícia, resultando em cerca de 400 profissionais da educação feridos. A categoria reivindicava a manutenção do fundo para aposentadoria, formado pela contribuição financeira de servidores.

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