Rádio Clube
H2FOZ
Início » Educação » Em cinco anos, matrículas da Educação de Jovens e Adultos (EJA) em Foz do Iguaçu caem 60,9%

Educação

Em cinco anos, matrículas da Educação de Jovens e Adultos (EJA) em Foz do Iguaçu caem 60,9%

APP-Sindicato aponta o estabelecimento de colégios cívico-militares – que não preveem ensino noturno – como um dos principais motivos da redução.

3 min de leitura
Em cinco anos, matrículas da Educação de Jovens e Adultos (EJA) em Foz do Iguaçu caem 60,9%
O Colégio Estadual Ulysses Guimarães é um dos locais que ofertam aulas na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA). Foto: Marcos Labanca/H2FOZ

Em 2023, Foz do Iguaçu contabilizou 2.059 matrículas na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA), que representa uma oportunidade para aqueles que precisaram parar de estudar por algum motivo. Essa foi a quinta queda anual consecutiva na cidade, chegando aos 60,9% de diferença na comparação com 2018, quando foram efetuadas 5.266 matrículas.

Os dados são do Censo Escolar 2023, divulgados pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), que também aponta a diferença entre os números das redes pública e privada no período.

Publicidade

Nas escolas geridas pelo poder público, que oferecem a gratuidade, a queda de matrículas foi de 72,1% em cinco anos. Por outro lado, nesse mesmo período, as instituições particulares registraram um aumento de 39%.

O levantamento também mostra que as faixas etárias mais jovens (de 18 a 19 anos e de 20 a 24 anos) foram as que tiveram as maiores reduções de alunos (respectivamente, 73% e 72% de queda no período).

A queda nas matrículas da EJA não é uma particularidade de Foz do Iguaçu. No Paraná, foi de 55,2% em cinco anos, diminuindo das 178.500 matrículas efetivadas em 2018 para 79.973 no ano passado. A diferença é bem mais brusca que a média nacional, que foi de 26,7% no período (de 3.545.988 em 2018 para 2.589.815 em 2023).

Para Maria Madalena Ames, secretária de Saúde e Previdência da APP/Foz, a situação é reflexo da política educacional adotada pela atual gestão do Governo do Paraná com o estabelecimento de colégios cívico-militares, que têm como uma das normas ou regulamento o não funcionamento do ensino noturno. “Essa medida levou ao fechamento de vários cursos, entre eles a EJA, tirando o direito de idosos e jovens trabalhadores concluírem os seus estudos”, explica.

A secretária reforça que esses centros de ensino recebem, principalmente, trabalhadores que não têm acesso nos horários considerados normais para integrar-se ao sistema educativo. Outro aspecto levantado é que a Secretaria da Educação (Seed) acabou com a forma flexível da EJA, que permitia aos estudantes a possibilidade de estudar de acordo com sua disponibilidade de dia, horário e disciplinas individuais. “Qual é o objetivo do governo em transformar a modalidade da EJA em EaD?”, questiona Maria Madalena.

Newsletter

Cadastre-se na nossa newsletter e fique por dentro do que realmente importa.


    Você lê o H2 diariamente?
    Assine no portal e ajude a fortalecer o jornalismo.

    Vacy Álvaro

    Vacy Alvaro é jornalista e coordenador do núcleo de Jornalismo de Dados/Infográficos do H2FOZ.