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AGENDA

Feira Agroecológica e Cultural da UNILA

24/07/2025
até 25/07/2025

6 min de leitura

Quem passa pelos corredores do Jardim Universitário nas quartas à tarde, ou do Campus Integração nas quintas – sempre a partir das 16h –, depara com uma mistura de cheiros, sabores, texturas e sons muito característica: é a Feira Agroecológica e Cultural da UNILA, que congrega produtos agroecológicos, orgânicos e artesanais, além de ser um rico espaço de trocas culturais.

A Feira existe desde 2017, e foi criada a partir de iniciativas relacionadas ao Núcleo de Apoio aos Povos da Terra. De acordo com a coordenadora do projeto, Patrícia dos Santos Pinheiro, a “feirinha” – como é carinhosamente conhecida na Universidade – foi pensada como um espaço de acolhimento. “Sempre foi pensada a partir da ideia de encontro, de diversidade, de valorização da cultura e da agroecologia”, destaca.

Entre os produtos que podem ser encontrados, estão agroecológicos in natura (frutas, legumes e vegetais) e alimentos diversos, como lasanha com broto de bambu, alfajores, choripan, arepas, e muitas outras gostosuras que podem ser levadas para casa ou consumidas no local. Já para quem curte artesanato, é possível encontrar produtos como serigrafia artesanal, desenhos e cadernos artesanais, macramê, crochê, sabonetes, entre outros.

Patrícia explica que a feira é aberta a novos expositores, desde que preservadas suas características essenciais, que são a venda somente de produtos artesanais, tradicionais, agroecológicos e não ultraprocessados. E a feira se constitui num grande caldeirão multicultural, como não poderia ser diferente na UNILA. “Hoje temos feirantes de diferentes nacionalidades, como Argentina, Brasil, Paraguai, Colômbia, Venezuela, entre outros”, cita a coordenadora.

Espaço de trocas e encontros

Mais que um ambiente para comprar ou se alimentar, a feirinha é um espaço de trocas e encontros de saberes, culturas e experiências. “A UNILA tem buscado contribuir com o estreitamento de laços na América Latina, estimulando a produção de conhecimento que leve em consideração a diversidade cultural, as potencialidades locais e o respeito aos saberes tradicionais”, pontua Patrícia.

Para ela, além da geração de renda para os feirantes, a feirinha demonstra na prática como a Universidade pode se aproximar cada vez mais da comunidade. “Além disso, a Feira tem um grande potencial de articulação de pesquisa, ensino e extensão, pois tem esse caráter aglutinador de diversas áreas de conhecimento e questões relevantes, desde a segurança e soberania alimentar, agroecologia, economia solidária, artes, entre outros”, continua.

Um dos eventos recentes realizados durante a feirinha do JU foi a roda de conversa com o grupo “Luiza Aparecida – Resgatando Saberes Ancestrais”, formado por 40 mulheres assentadas do MST. O grupo faz parte do curso de extensão em Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) realizado pela Unioeste em parceria com o MST, que visa fortalecer os conhecimentos tradicionais como forma de resistência e cuidado coletivo. “A roda foi um espaço muito bonito, em que as mulheres foram apresentando suas experiências de cuidado e saúde a partir das plantas medicinais. Falamos de medicina popular e plantas, de agroecologia como cuidado com a vida, trocamos mudas e sementes neste encontro”, relata.

Outro atrativo da feirinha são as atividades culturais, como apresentações musicais, por exemplo. “Entendemos que a música, o teatro, as rodas de conversa, as exibições de cinema, e outras expressões artísticas são parte importante dos encontros que a Feira proporciona. Já tivemos músicos com ritmos muito diversos, do samba à música eletrônica”, lembra. Além disso, a Feira tem saído dos espaços da Universidade para se integrar a outras atividades, como a Feira do Imigrante, que foi realizada em junho no Teatro Barracão, por exemplo.

Além da cessão do espaço, a UNILA, através do projeto de extensão, atua dando suporte e capacitações aos feirantes, de forma que eles possam aprimorar suas atividades. “Por exemplo, dentre as nossas indicações, todos que manipulam alimentos devem fazer curso de boas práticas, usar touca etc. Também temos contado com apoio voluntário de estudantes e professores buscando qualificar a identidade e a apresentação da feira, seja na área de comunicação, seja na de sustentabilidade.”

Para Patrícia, é fundamental que a comunidade se engaje e se aproprie da feira. “É importante as pessoas cada vez mais comprarem de quem produz – seja alimento, seja artesanato. A feira propicia acesso a produtos que carregam histórias, de quem fez, de quem guardou aquele saber, de quem chega à UNILA vindo de tantos locais diferentes. Então é uma oportunidade única de nos aproximarmos dessa riqueza que é a América Latina”, completa.

Aline Pio Novo Mattos é uma das feirantes, além de mestranda da UNILA e bolsista do projeto. Envolvida com a feirinha desde 2022 e sendo formada em Desenvolvimento Rural e Segurança Alimentar, ela pode falar com propriedade: “Para mim é uma experiência incrível, por estar na minha área, de segurança alimentar, por conhecer os feirantes e suas demandas, as necessidades de estrutura, o que a gente precisa para se tornar uma associação, para ter um CNPJ, para conseguir expandir mais ainda o tema da agroecologia em Foz”, enumera.

Segundo ela, os estudos realizados até o momento apontam que a feirinha da UNILA é a única da cidade de Foz do Iguaçu voltada à agroecologia. “Então vejo que é muito importante, tanto para Foz, quanto para a UNILA, pois ajuda a combater a insegurança alimentar”, avalia. Na visão da bolsista, este contato direto com os produtores de orgânicos permite aos estudantes conhecerem de perto tudo o que consomem. “Isso é muito interessante também do ponto de vista da economia solidária”, complementa.

A feirinha ocorre majoritariamente nos espaços da Universidade, mas a intenção é que ela congregue toda a comunidade, conforme reitera Aline. “A integração com a comunidade externa é o nosso objetivo. Sem ela, não teria projeto”, reforça.

Foto: Divulgação UNILA.

Como participar

A feirinha acontece todas as quartas-feiras, a partir das 16h, no Campus Jardim Universitário (Avenida Tarquínio Joslin dos Santos, 1000), e às quintas, também das 16h em diante, no Campus Integração (Avenida Tancredo Neves, 3147). A Feira é aberta ao público e a entrada é gratuita.

Já para se inscrever como feirante, é preciso preencher um cadastro (https://bit.ly/feirinha-unila), que será avaliado pela organização.

Serviço

  • Data: quartas-feiras e quintas-feiras de julho de 2025
  • Local: Jardim Universitário e no Campus Integração
  • Endereço: Av. Tarquínio Joslin dos Santos, 1000. E Avenida Tancredo Neves, 3147
  • Horário: 16h
  • Entrada gratuita!
  • Mais informações: (45) 3529-2764
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